Vítima de acidente em Novo Barreiro no final da tarde de ontem, Aline Jahn tinha inclinação para as artes. Desde abril, frequentava um curso de violão ministrado na Paróquia São João Batista, a cerca de um quilômetro da casa dos Jahn.
As missas dominicais eram cumpridas na companhia da família. Raros eram os domingos de ausência. Do violão, saíam notas religiosas e acordes sertanejos para a diversão com os amigos.
O padre Joel Koch Tasso lembra do aniversário de 15 anos da rainha da Feimate e da fotografia que tiraram juntos em fevereiro de 2007. Também da felicidade que ela demonstrava por ter vencido o concurso em setembro.
– A Aline era uma menina querida, simpática e participativa. Ela costumava também fazer parte das encenações que nós fazíamos nas Sextas-Feiras Santas e nos Natais – conta o padre Joel.
Formando em um curso de filosofia, o pároco disse ter falado com a jovem na quinta-feira passada. Na Escola Estadual São João Batista, ele desenvolve um estágio. Abordou com a turma da menina – que cursava o terceiro ano do Ensino Médio – o tema liberdade.
Joel queria mostrar para os jovens que cada um é livre para fazer escolhas na vida. Segundo ele, Aline ainda não havia decidido qual rumo tomar nos estudos. Não sabia se permaneceria nas terras dos pais, que plantavam feijão, milho e produziam leite para subsistência, ou se encarava um curso superior em outra cidade.
Além de Aline, morreram no choque frontal do Fusca da família contra uma carreta seus pais, Aloísio Jahn, 56 anos, e Jurena Jahn, 52 anos, e também seu sobrinho, Henrique, de cinco anos.
