Moradores de Passo Fundo e Marau protestaram nesta segunda-feira na rodovia que mais mata no norte do Estado, a RS-324. Os manifestantes tentaram instalar placas anunciando quebra-molas, pintaram a rodovia com spray e colocaram caixões sobre a pista. Com picaretas, eles abriram valas na pista, arrancando o asfalto.
Policiais rodoviários tentaram impedir a ação e os moradores revidaram. O empurra - empurra terminou com a chegada de um pelotão do Batalhão de Operações Especiais de Passo Fundo. Depois de duas horas com o trânsito parado, os manifestantes deixaram o local e a Polícia Rodoviária Estadual (PRE) conduziu em comboio os carros para impedir ultrapassagens e alta velocidade. Uma máquina foi deslocada ao local para tapar a vala aberta no asfalto.
Segundo o Departamento Estadual de Esradas e Rodagem (Daer), desde maio o órgão, junto às prefeituras e à comissão pró RS-324, busca alternativas para reduzir o número de acidentes. A rodovia teve a sinalização reforçada e uma licitação definiu a empresa que fará a construção de uma terceira faixa no trecho entre Passo Fundo e Marau. Para o departamento, a duplicação entre Casca e Passo Fundo é a saída para reduzir o número de acidentes.
Para os policiais rodoviários que trabalham na rodovia, 90% dos acidentes que ocorrem no trecho são motivados pela imprudência. A maior parte dos envolvidos nos acidentes são moradores da região, que conhecem o perigo da rodovia e mesmo assim insistem em desrespeitar a sinalização e o limite de velocidade.
Nos 28 quilômetros de asfalto entre Passo Fundo e Marau já foram registrados 118 acidentes neste anos. Mais de 80 pessoas ficaram feridas e nove perderam a vida.m os dois municípios. A curva fechada da localidade de São Luiz da Mortandade é a campeã de vítimas fatais. Em três acidentes que ocorreram no local este ano, cinco pessoas morreram.