O primeiro dia da greve do magistério será de medição de forças para o Piratini e o Cpers, mas de drama e dúvida para os pais de alunos.
O secretário da Educação, Ervino Deon, garantiu ontem que todos os colégios da rede estadual estarão abertos a despeito do grau de adesão dos professores ao movimento contra o pacote do governo. Mesmo assim, pais e mães se mostravam confusos sobre o que fazer com os filhos.
A Secretaria da Educação informou em nota que nenhum dos 2,6 mil estabelecimentos terá autorização para fechar as portas hoje. Além disso, foi enviada orientação às coordenadorias para que eventuais carências de professores em greve sejam compensadas com remanejos.
– Se houver algum professor que decida aderir a qualquer movimento, buscaremos condições para atender os alunos e manter as escolas funcionando – afirma o secretário.
Apesar do esforço do governo em frustrar os planos do Cpers, pais e mães confessavam estar em dúvida. Gislaine Carravetta, 44 anos, buscou o filho Leonardo, nove anos, na Escola Presidente Roosevelt, em Porto Alegre, ainda sem saber se o aluno teria aula ou não. Somente ao encontrá-lo a incerteza se desfez:
– A professora disse que não vai ter aula – avisou o menino, logo depois.
A mãe se conformou:
– Como já está praticamente no final do ano e as avaliações já acabaram, vai ficar em casa mesmo.
Leandro Maidana, 31 anos, vai acompanhar os desdobramentos da greve para decidir se a filha Maria Eduarda, sete anos, fica em casa.
– Vamos aguardar as notícias – afirmou, apreensivo.
A presidente do Cpers, Rejane de Oliveira, argumenta que a greve foi adotada como reação à decisão do governo de enviar os projetos aos deputados em regime de urgência:
– Com isso, até o dia 22 de dezembro isso teria de ser decidido. Depois, haverá recesso parlamentar na Assembleia. Isso nos obrigou a entrar em greve.