14 janeiro 2010

"Eu conto os minutos para ele estar de volta", diz mulher de sargento em missão de paz

A mulher do sargento Francisco Feitosa, de 38 anos, respira aliviada desde a madrugada de quarta-feira, quando recebeu a notícia de que o marido, no Haiti há sete meses em missão, estava salvo do terremoto que matou milhares de pessoas no país. Juracenir Feitosa, de 36 anos, quase não acreditou quando soube da catástrofe, já que faltava apenas nove dias para que Feitosa voltasse para casa e pudesse conhecer o filho de quatro meses que ainda estava na barriga dela quando ele partiu.
— Ficamos muito aliviados aqui, apesar de alguns colegas dele não terem tido a mesma sorte — desabafa.
Feitosa, a mulher e os dois filhos, o outro tem 12 anos, vivem em Rio Branco, no Acre. Segundo ela, Feitosa conseguiu se salvar porque não estava na base militar, que foi destruída. Horas depois dos tremores, o sargento conseguiu se conectar à internet e dar o primeiro sinal de vida.
— Ele pediu apenas que a gente orasse. Eu conto as horas, minutos, segundos para que passe tudo isso e ele possa estar aqui com a gente.
Cenário é de guerra no país caribenho
É um resumo da desgraça provocada por um tremor de 7,3 graus na escala Richter que, nesta terça-feira, matou dezenas de milhares de pessoas e atingiu pelo menos 3,5 milhões. A morte de dois militares gaúchos que, em meio à miséria do Haiti, serviam às forças de paz da ONU, foi confirmada pelo Exército. Outros 12 brasileiros também morreram no tremor de 7,3 graus na escala Richter — entre eles a missionária Zilda Arns, 73 anos.