Menos de 24 horas após a morte da professora Maria Paula Amaral Leal, uma coincidência trágica poderia ter acontecido no trânsito da Capital. Assim como a docente de 43 anos, Jardeli Oliveira Dias, 30 anos, foi atropelada por um motociclista em uma faixa de segurança. Amigas e ex-colegas de profissão, a primeira não resistiu. Jardeli escapou para contar a história.
— Infelizmente, ela não teve a sorte que eu tive — lamentou-se.
Jardeli ainda estava abalada com a morte da amiga por volta das 13h de quarta-feira. Ela havia prestado a última homenagem à Maria Paula no velório na Paróquia São João Batista, na zona norte de Porto Alegre, na noite anterior.
Ontem, no Hospital de Pronto-Socorro, onde foi atendida após a colisão, lembrou de Maria Paula e dos tempos em que trabalhavam no La Salle São João em meio a exames de raio-x, medicamentos, curativos e os cinco pontos que levou no supercílio direito.
— Na hora pensei "meu Deus, não acredito que isso está acontecendo comigo horas depois de algo tão triste" — relata Jardeli.
A professora da escola infantil Baby House, localizada no bairro Bela Vista, na Capital, estava no horário de almoço. O namorado, o advogado Jordan Lummertz, 35, a aguardava em um posto de combustível na Nilo Peçanha. Jardeli foi atingida quando atravessava uma das mais movimentadas avenidas da Capital.
— Ela atravessou na faixa de segurança. Fez o sinal com a mão para os carros pararem. Três carros pararam, mas o motoqueiro não. Acertou ela em cheio — diz o namorado.
— O que eu lembro é que não atravessei direto justamente porque os carros pararam aos poucos. Nem vi o homem me acertando — explica Jardeli.
Jardeli narra a sequência do acidente a partir dos relatos de amigos e do namorado. Segundo Jordan, ela foi jogada a uma distância de cinco a seis metros. Quando retomou a consciência, se desesperou ao ver sangue sobre o corpo.
— Foi quando caiu a ficha do que havia acontecido comigo.