O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) chegou ao primeiro debate entre os pré-candidatos à presidência sob protesto e vaias dos professores da rede estadual de Minas Gerais, que estão em greve e cobram melhora no piso da categoria. Para os manifestantes, cerca de 150, "Serra, Aécio e Anastasia" são a mesma coisa, numa referência também ao ex-governador de Minas e o atual, Aécio Neves e Antônio Anastasia, respectivamente. Mas foi a ex-ministra Dilma Rousseff quem realmente enfrentou vaias da plateia do congresso mineiro de municípios.
Serra precisou ser escoltado por policiais militares e seguranças particulares para chegar ao palco auditório do congresso de municípios mineiros, que reuniu cerca de 400 autoridades. Boatos de que ele chegou a ser agredido por um professor circulou pelo auditório. Mas o candidato negou que o fato tenha ocorrido.
Descontraído e conciliador, o tucano disse que, embora possa soar como "heresia", se for eleito presidente, vai querer o PT e o PV fazendo parte de seu governo. Ele até conseguiu tirar de Dilma sua única brincadeira da tarde. Quando Serra disse que o evento não era um "Fla x Flu" ou um "Atlético x Cruzeiro", Dilma foi obrigada a confessar que é atleticana. Mas não foi a vaia dos cruzeirenses que marcou sua participação.
A ex-ministra foi vaiada quando disse que o governo Luiz Inácio Lula da Silva evitou que os municípios brasileiros fossem arrasados pela crise financeira mundial porque concedeu benefícios tributários para salvar a atividade econômica. Os prefeitos, prejudicados pela queda na arrecadação, não perdoaram. Não adiantou a ex-ministra dizer, depois, que o governo compensou as perdas com repasse de R$ 2 bilhões.
Serra afirmou que as perdas dos municípios com a desoneração tributária foi de R$ 3,5 bilhões e a compensação muito menor. Dilma, que disputará sua primeira eleição, aproveitou todas as oportunidades que teve para fazer propaganda do governo, com citações sobretudo do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).