10 julho 2010

Alta no preço dos cordeiros durante entressafra anima produtores

Como o chamado período de entressafra está elevando o preço pago pelo quilo do cordeiro, os ovinocultores gaúchos renovaram o ânimo. A média de preço do quilo vivo do animal para abate no Estado subiu 7,11%, passando de R$ 2,53 no final de junho para R$ 2,71 nesta semana.
Uma das principais justificativas para a alta está na escassez do produto.
– Os cordeiros do ano passado foram abatidos e os novos vão começar a nascer. Isso diminui a oferta e, automaticamente, eleva o preço – explica Sônia Desimon, assistente técnica estadual de criações da Emater.
O bom preço e a mudança de hábitos do consumidor têm incentivado Roberto Waihrich Matzenbacher, 31 anos, a investir na criação. Começou a criar ovinos para o consumo interno, mas com o passar dos anos percebeu o foco empresarial. Hoje, em parceria com dois sócios, além de criar cordeiros, compra animais para abate e comercialização. Para Matzenbacher, um dos estímulos na venda é a mudança de hábito do consumidor.
– Antigamente, a ovelha era considerada uma carne gorda. Isso porque a carne vendida era de ovelha velha. Hoje, são animais jovens e com cortes nobres – destaca, explicando que os restaurantes e as casas de carne também passaram a oferecer o produto durante o ano todo e não apenas no inverno ou em períodos festivos como o Natal.
Em Cruz Alta, por exemplo, o ovinocultor tem fornecido cortes especiais para dois restaurantes o ano inteiro.
Quem também celebra a valorização do produto é a Associação Brasileira de Criadores de Ovinos.
– É um momento de grande euforia, a atividade está dando lucro – afirma Paulo Sérgio Soares, supervisor administrativo da associação.
Apesar do otimismo, a oferta de produto ainda não está suprindo o mercado nacional.
– Somos procurados por outros países para exportar carne, mas não temos como fazer isso, pois temos dificuldades até mesmo para atender a demanda interna. Mas estamos nos organizando para melhorar a oferta – acrescenta Soares.