A greve dos médicos peritos do INSS deverá durar no mínimo mais uma semana no País. A categoria rejeitou a proposta apresentada pela direção do INSS para terminar com a paralisação nesta semana. A greve começou no final de junho e compromete a realização das perícias e a liberação dos benefícios por doença aos assegurados.
A grande maioria das consultas tem sido reagendada nas unidades do Estado. Em Porto Alegre, o prazo para a marcação é de quase dois meses. Em Canoas, o tempo de espera é ainda maior, chegando a 80 dias. A situação tem sido mais grave para quem precisa realizar a primeira consulta e ter a liberação do benefício por motivo de doença. Na manhã desta sexta-feira, a agente de saúde Maria Inês Ferreira deixou a agência do INSS, na avenida Bento Gonçalves, apreensiva com o reagendamento. Essa foi a terceira vez que a perícia foi remarcada desde junho. “Estou tentando realizar a primeira consulta e a cada remarcação o prazo é maior”, afirmou ela.
A Gerência Regional de Porto Alegre do INSS ressalta que é fundamental o comparecimento dos beneficiários no local e no horário agendados, para evitar a anulação do pedido de benefício. Mesmo assim, muitas pessoas devido à greve não tem comparecido às unidades. A recomendação é de que os beneficiários também possam passar informações sobre as consultas pelo telefone e internet. Os canais de contato com o INSS é o telefone 135 (com ligação gratuita quando for feita por telefone fixo ou público e paga se for de celular) e a internet, no site www.previdenciasocial.gov.br.
Quem tentar atendimento pelo telefone 135 precisa ter paciência e os documentos em mãos. Para conseguir trocar a data de uma consulta ou agendar um atendimento é necessário ter, no mínimo, o número do CPF, carteira de identidade, PIS e Pasep, e o número do benefício. A média de tempo para conseguir falar com um atendente era de quatro minutos ontem.
O serviço pelo telefone funciona de segunda a sábado, das 7h às 22h. O usuário também pode utilizar o site da Previdência para conseguir realizar alguns serviços, como agendamento e saber como está o processo de aposentadoria.
A vice-presidente da Associação dos Médicos Peritos do INSS no Estado, Clarissa Bassin, explicou que desde o início da greve ocorreram poucos avanços nas negociações. Ela explicou que o movimento é a favor das melhorias nas condições de trabalho, o que não tem sido reconhecido pelo INSS. “Na prática, da maneira que as coisas estão agora, não estamos realizando o nosso serviço corretamente. É preciso contratar mais profissionais, praticamente dobrar o número dos atuais, e permitir mais tempo para a realização das consultas”, disse Clarissa.
Além das perícias, os médicos deveriam realizar levantamentos sobre os principais motivos dos afastamentos por doença. Ela ressaltou que o número de casos de trabalhadores que tiveram que deixar as atividades por doença aumentou na última década. Porém, o número de profissionais para fazer o atendimento reduziu.