23 agosto 2010

Resgate de mineiros presos em jazida no Chile pode levar quatro meses

O chefe das operações de resgate na jazida de ouro e cobre onde estão soterrados 33 mineiros no Chile, Andrés Sougarret, afirmou que serão necessários pelo menos quatro meses para que a abertura da fenda esteja completamente terminada e os mineiros possam sair do refúgio onde se encontram, a 688 metros de profundidade.
Para o operário Pedro Ramírez, que tem participado ativamente das operações de salvamento, os 33 mineiros terão que trabalhar para o seu próprio resgate. Ramírez explicou que eles serão retirados por um buraco com 66 centímetros de diâmetro, que será feito ampliando a abertura já existente de oito centímetros de largura, aberta pela sonda e através da qual foi conseguido o contato com os trabalhadores, neste domingo.
A partir de agora, "o trabalho que a máquina vai fazer é aumentar o buraco e vai cair material" até os 700 metros de profundidade, onde os mineiros se encontram.
— Eles vão ter que trabalhar em seu próprio resgate porque terão que limpar os elementos que caírem, fruto desta escavação — disse Ramírez.
— Nosso pessoal (os mineiros presos) terá que retirar o material e facilitar o trabalho que se faz na superfície — reiterou. Ramírez destacou que os mineiros serão retirados "um a um", através deste buraco que começará a ser aberto na segunda-feira.
— O resgate será de pessoa a pessoa, com corda — acrescentou.
O diretor regional do Departamento Nacional de Emergências (Onemi), Carlos García, explicou que o local onde estão os mineiros tem temperatura entre 32 e 36 graus, e com altos níveis de umidade. García disse que os mineiros se organizaram para conseguir água e luz e que nas próximas horas vão receber comida e água, que deverão racionar porque "depois de tanto tempo sem tomar líquidos, há indução ao vômito, o que poderia aumentar a desidratação".
— Os parentes vão entrar (no recinto da jazida) para poder ter contato com eles, para lhes dar mais força e ânimo, através de um cabo que será inserido na coluna de perfuração — explicou García.
O presidente chileno, Sebastián Piñera confirmou, este domingo, que os 33 mineiros presos estão vivos, após receber uma mensagem que os trabalhadores amarraram em um dos tubos baixados até o fundo da mina para estabelecer contato com eles. Os mineiros estão presos na jazida San José, situada 800 km de Santiago, desde 5 de agosto.