A Operação Centauro Queimadas, deflagrada nesta sexta-feira pelo Comando Ambiental da Brigada Militar na Região Nordeste do Rio Grande do Sul, autuou 14 proprietários de áreas rurais pela prática de fogo em vegetação rasteira. Também foi realizada uma prisão em flagrante porque a infração ocorria no momento da abordagem dos policiais militares. Os policiais calculam que a área de queimadas é de aproximadamente 1,5 mil hectares.
O objetivo da operação, que segue até a tarde deste sábado, é coibir um método antigo na renovação da pastagem para o rebanho bovino, caracterizado como crime ambiental pelo Código Florestal Estadual e pela lei federal dos crimes ambientais. A multa para o infrator é de R$ 5 mil por hectare queimado e a penalidade administrativa é aplicada pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente, cujos técnicos acompanharam o trabalho da polícia ambiental.
Enquanto dez patrulhas percorriam propriedades em São Francisco de Paula, Bom Jesus, Jaquirana e Cambará do Sul, um sobrevoo era realizado com aeronave do Batalhão de Aviação da Brigada Militar para o levantamento georreferenciado de focos de incêndios. Os dados foram repassados para as guarnições, a fim de agilizar o acesso aos pontos em chamas, uma vez que esse tipo de fiscalização demanda tempo pelo tamanho das propriedades e distância entre elas.
Somando as fiscalizações realizadas na Operação, nos últimos 40 dias o CABM contabiliza 79 autuações por queimadas na Região Nordeste. Conforme o comandante do CABM, coronel Jorge Luiz Agostini, entre os prejuízos que as queimadas trazem ao meio ambiente estão a eliminação de nutrientes do solo, riscos de erosão, morte da fauna silvestre e prejuízos à saúde por problemas respiratórios decorrentes da fumaça.
A fiscalização de queimadas obedecerá a rotina do trabalho do Comando Ambiental nas próximas semanas, pois essa prática ilegal ocorre tradicionalmente no mês de setembro. “Apesar dos esforços da Brigada Militar, não se consegue combater com uma operação esse método ultrapassado de renovação das pastagens e as guarnições continuarão atuando”, alerta o coronel Agostini.