30 setembro 2010

Dinheiro: Greve dos bancários afeta serviços em começo de mês

Os reflexos da greve de bancários, iniciada ontem em 26 Estados e o Distrito Federal, podem ser fortalecidos a partir de hoje – último dia útil do mês. Com o pagamento de aposentadorias e salários, lotéricas e caixas de autoatendimento tendem a ser disputadas.
Pelo sétimo ano seguido, o impasse se deve ao percentual de reajuste salarial. Os bancários reivindicam aumento de 11%. A Federação Nacional dos Bancos propôs negociação partindo de 4,29% e voltou a criticar a decisão de parar as atividades no período de maior fluxo nas agências.
No primeiro dia, a greve atingiu pelo menos 3.864 agências no país, segundo balanço da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro. A Federação dos Trabalhadores em Instituições Financeiras no Estado (Fetrafi-RS) estima que houve 60% de adesão de trabalhadores em 330 agências. Na área central de Porto Alegre, a maioria das agências não prestou atendimento – exceto o Banrisul. Conforme o banco, das 59 agências da Capital, duas paralisaram os serviços e, ainda assim, parcialmente. Entre as demais 339 agências, a greve teria conseguido adesão inferior a 3%, segundo o banco estatal.
– No Banrisul, sempre há uma resistência maior, por ser o único banco público do Estado – avalia Juberlei Bacelo, presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região Metropolitana (Sindbancários).
Aqueles que saíram de casa cedo foram surpreendidos pela interrupção do atendimento bancário, como o aposentado José Luiz Machado, 68 anos, que foi até a agência da Caixa, no centro da Capital, para solicitar liberação do seguro de seu carro.
– Deveriam deixar pelo menos parte da agência funcionando, para casos como esse – disse Machado, que viajou cerca de cem quilômetros de Tapes até a Capital.