16 outubro 2010

Delegado descarta atentado em ataque em Canoas

O delegado Luiz Francisco Pires, 55 anos, descartou, em princípio, que o ataque que sofreu, no início da madrugada deste sábado, tenha sido um atentado ou alguma represália em função de sua profissão. À tarde, ele voltou ao Hospital de Pronto Socorro de Canoas, de onde foi liberado ainda na madrugada, e relembrou os momentos em que enfrentou três assaltantes. Pires foi ferido no braço esquerdo e nas costas e sua amiga Gilmara Ferreira Gamster, 32, no tórax. O policial considera que tenha ocorrido uma tentativa de latrocínio. Gilmara ainda está internada no HPS da cidade, mas não corre risco de morte. Pires recebeu a visita do governador eleito do Rio Grande do Sul, Tarso Genro. 
Trajando terno listrado, camisa branca e gravata cinza, o delegado contou que à noite ele e a amiga tinham feito compras - medicamentos e mantimentos -, para uma família de sem teto. Ele foi para sua casa, com os mantimentos no porta-malas do seu automóvel, um Audi. Ficou algum tempo dando aula de violão a uma garota de dez anos, filha de um amigo seu. “Mais tarde, saí e fui até a casa da Gilmara”, recordou o policial, que é titular da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), do município. “De lá, iríamos para o local onde estava a família para levarmos os mantimentos”.
Ataque
Pires afirmou que estava saindo, na rua Pirapó, no bairro Igara, para pegar o carro, com Gilmara um pouco mais atrás, quando os criminosos vieram na direção deles, já atirando. O delegado afirma não lembrar se foi anunciado o assalto. Por instinto, ressaltou ele, reagiu, sacando a sua arma e desferindo três tiros. A arma, no entanto, “engasgou” e ele e a amiga ficaram encurralados. “Ficamos espremidos contra o muro e me lembro de ter levantado o braço para proteger a minha amiga”, reconstituiu. “Uma bala acertou o meu antebraço, transfixou e acertou o peito de Gilmara”, contou, lembrando que diante disso, se atirou em cima da amiga, momento em que foi atingido nas costas.
Os ladrões pegaram o Audi e saíram em alta velocidade, mas devido ao dispositivo de corta-corrente, existente no Audi, o veículo parou, na rua Araguaia, também no bairro Igara. De acordo com a Polícia, os criminosos pegaram um Astra branco e fugiram.
O caso está sendo investigado pela 3ª DP da cidade e por uma equipe do Deic. Segundo o delegado Sílvio Huppes, titular da 3ª DP, o carro já foi periciado, pois o veículo tinha marcas de tiros no pneu dianteiro direito e uma bala alojada no para-brisas. Além disso, foram encontradas manchas de sangue em torno do Audi, que também será analisada. “Estamos investigando, mas trabalhamos com a hipótese de roubo”, afirmou. "Ainda pretendo ouvir a outra vítima, assim que ela tenha condições de falar".