26 novembro 2010

Horizontina/Agricultores contestam valores das indenizações no traçado do anel

Horizontina
Agricultores proprietários de áreas a serem atingidas pelo traçado do anel viário, que vai fazer a ligação das ERSs 342 e 305, procuraram o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Horizontina, descontentes com os valores anunciados como indenização as áreas que os mesmos perderão de suas propriedades para a nova rodovia.
Segundo o vice-presidente do STR Elcio Mohr, seriam em torno de R$ 10 mil por hectare, valor bem abaixo da realidade do mercado naquela região. Segundo ele, agricultores fazem negócios de áreas nas localidades atingidas com valores que superam os 500 sacos de soja por há, que a preço desta quinta-feira(18) valeriam R$ 20 mil.
Segundo ele, alguns agricultores foram procurados por integrantes do governo municipal, e há casos em que teriam assinado a concordância com os valores, mas mudaram de idéia após conhecer de perto onde passaria o traçado em como suas terras seriam atingidas. Outro obstáculo segundo Mohr, é o projeto da obra, que não prevê pontes subterrâneas na pista, para passagem de gado de uma margem para outra, e pelo menos sete familias trabalham com gado de leite e teriam a atividade inviabilizada.
O líder sindical deixa claro que a entidade que dirige, e os associados que o sindicato está a defender, não são contra a obra, tão somente buscarão a indenização justa. Um encontro com o prefeito municipal Irineu Colato foi realizado nesta semana, onde o mandatário ouviu as reivindicações e decidiu encaminhar o caso para análise de sua procuradoria jurídica. Segundo a administração pública, uma comissão de avaliação foi constituida para dar parecer dos valores das áreas no local, valor este considerado parâmetro para a negociação. O Executivo destaca que não poderá suspender a obra e não havendo acordo poderá buscar a desapropriação judicial, com o depósito dos valores estipulados em juizo, o andamento das obras, enquanto busca-se o acordo.
O sindicato tem outra visão. Para Elcio, as áreas que margeiam as duas estradas estaduais(asfalto) tem um valor diferenciado e as demais, devem obedecer os valores atuais do mercado. Os produtores prometem anexar em suas justificativas, contratos de compra e venda, que provam os atuais valores das transações na região. As obras deveriam iniciar nesta semana, para que a primeira parcela de R$ 1 milhão oriunda do Governo do Estado fosse paga ao município.
O STR orienta aos produtores, que a partir de agora não façam qualquer negociação isolada com o Poder Público, juntando-se a entidade para evoluir de forma negociação coletiva. Na última sexta-feira, mais uma reunião foi realizada buscando solucionar o impasse.