10 janeiro 2011

Encontro tenta resolver impasse entre avicultores gaúchos e Doux Frangosul

Lorenzato, de Passo Fundo, já interrompeu
a produção de aves
Enquanto produtores do Norte gaúcho interrompem nesta segunda-feira o alojamento de aves, devido ao atraso no pagamento de animais já entregues à Doux Frangosul, entidades do setor e governo do Estado estudam opções para amenizar prejuízos. Uma ajuda do Estado à empresa ou aos produtores está em discussão.
O assunto será tratado em reunião entre o secretário de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Mauro Knijnik, e o presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, na Capital.
No encontro, a entidade pretende obter apoio do governo para reduzir as perdas dos avicultores. Há dois anos, a indústria atrasa o pagamento da matéria-prima e, nas últimas semanas, a entrega de ração, causando a perda de plantéis para vários produtores.
A maior preocupação é com os 2,2 mil produtores integrados. Uma eventual ajuda à empresa depende das ações que serão adotadas pela Doux.
— Creio que o Estado pode ajudar, mas vamos aguardar os próximos dias — afirmou Knijnik.
A última vez que Romeu Lorenzato teve um aviário vazio foi em 1993, quando entrou no ramo. A produção de 32 mil aves garante o sustento da família na propriedade de 6,5 hectares em Santo Antão, no interior de Passo Fundo. Com os dois pavilhões desocupados desde 7 de dezembro, Lorenzato se socorre com a venda de hortaliças.
— Tenho dívidas a pagar e vivo uma sensação que mistura tristeza e esperança — desabafa o agricultor.
Em nota, a Doux informou estar buscando regularizar os pagamentos.