25 março 2011

F-1 começa com novidades nas regras para incrementar o show

Confira os trunfos de cada equipe para a 
temporada 2011
Os motores da categoria máxima do automobilismo começam a roncar na manhã desta sexta em Melbourne, na Austrália, pelo horário local (fim da noite no Brasil). Se a leva de pilotos estreantes (Sérgio Perez, Jerome D'Ambrosio e Paul di Resta) não empolga muito, três novidades prometem apimentar as corridas em 2011: a substituição dos pneus Bridgestone pela Pirelli, a volta do dispositivo de recuperação e energia (Kers) e a asa traseira móvel.
Debaixo do capacete, o favorito não pode ser outro senão o campeão Sebastian Vettel. O companheiro Mark Webber vai tentar provar que não veio para ficar em segundo plano na poderosa Red Bull, mas o grande desafiante deverá ser mesmo Fernando Alonso, ansioso para recuperar o campeonato que perdeu na última prova de 2010. A temporada de 2011, por sinal, é a primeira com cinco campeões na ativa - Vettel, Button, Hamilton, Alonso e Schumacher - desde 1970, quando se degladiaram Jackie Stewart, Jack Brabham, Graham Hill, John Surtees and Denny Hulme.
A volta da Pirelli após duas décadas (retirou-se em 1991) deverá ser a grande incógnita nas primeiras corridas de 2011. A pedido de pilotos, equipes e torcedores, a fabricante usou compostos de borracha que duram menos voltas, para aumentar as possibilidades de estratégia, além de incrementar as ultrapassagens. A ideia é ter pilotos em situações diferentes de aderência na prova, conforme a tática escolhida, para incrementar o espetáculo.
Essa variação nas estratégias vai extrair tudo dos gênios das táticas, como o famoso Ross Brawn, da Mercedes. Os mecânicos também fizeram preparação intensiva para reduzir os erros e o tempo das trocas. No ano passado, a média ficou em pouco mais de quatro segundos por pit e este tempo deve cair ainda mais em 2011.
O Kers, por sua vez, tenta dar uma cara mais "verde" para a F-1. A ideia é recuperar a energia das frenagens em forma de eletricidade. Essa energia é armazenada em baterias e, posteriormente, liberada por meio de uma engrenagem acoplada à transmissão, aumentando a potência do carro em até 80 cavalos. De acordo com Barrichello, esse ganho de potência pode reduzir o tempo de volta em 0,3s, em média. Além disso, o dispositivo ajuda nas largadas e aumenta a chance de ultrapassar outros competidores.
A grande aposta da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), no entanto, é asa traseira móvel. Por meio de um atuador hidráulico, o piloto pode alterar a inclinação do aerofólio e, desta forma, reduzir ao mínimo o arrasto na reta.
O regulamento autoriza a utilização da asa a qualquer momento nos treinos, mas na corrida a direção de prova dará um sinal eletrônico aos pilotos autorizando o acionamento. Nas curvas anteriores ao ponto definido como "de ultrapassagem" será medida a distância entre os carros. Se for menor que um segundo, o piloto que vier atrás poderá ativar o mecanismo, que permite uma velocidade de reta até 10 km/h superior.
Brasil tem apenas dois representantes na temporada
Os veteranos Felipe Massa e Rubens Barrichello levam as cores brasileiras em mais um Mundial. Depois de uma temporada apagada, em 2010, Massa mostrou nos testes boa adaptação aos pneus e, com a Ferrari andando junto com a Red Bull, pode ser a "zebra" do campeonato. Antes disso, porém, terá de superar o bicampeão Fernando Alonso com regularidade.
Em sua 19ª temporada, Barrichello aposta as fichas no projeto radical da Williams, que, para compensar a falta de potência do motor Cosworth, investiu muito na aerodinâmica. Com 307 provas da categoria no currículo, o brasileiro acredita que o carro de 2011 nasceu melhor que o da temporada anterior, mas mantém a cautela e diz que espera brigar por bons pontos e largar pelo menos na terceira fila em Melbourne.