A cada dois anos, como em 2010 (foto), gêmeos se encontram em festa no interior do município |
Conhecida como a cidade dos gêmeos, Cândido Godói, no noroeste do Estado, está prestes a descobrir a chave do mistério que, há décadas, intriga a comunidade e o mundo. Na próxima sexta-feira, aglomerados no Salão Paroquial do município, os moradores finalmente saberão qual é a explicação para terem tantos filhos duplicados: invisível a olho nu, o segredo está no DNA. Mais precisamente, em um único gene.
Enquanto o dia da revelação não chega, a pesquisadora Lavínia Schüler-Faccini, do Departamento de Genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), faz suspense. É dela e das colegas Úrsula Matte e Alice Ribeiro a responsabilidade pelo estudo, que há três anos tenta desvendar o enigma.
Por ter assinado um termo de compromisso prometendo divulgar os resultados completos em primeira mão para a comunidade, Lavínia é cautelosa. Por telefone, disse que não poderia dar detalhes, mas concordou em adiantar as linhas gerais da conclusão.
— O que posso dizer é que descobrimos a existência de um gene que, ao contrário do que acreditávamos, não aumenta a ovulação dessas mulheres, mas a chance de sobrevivência dos óvulos fecundados no útero — resume.