18 março 2011

Principal importadores mundiais de grão, chineses miram como nunca para a soja gaúcha

Tom Youlin esteve na Expodireto para
conhecer a qualidade da soja gaúcha
Principais importadores mundiais de grãos, os chineses estão com os olhos abertos como nunca para a soja gaúcha. Dispostos a ampliar em grande escala as aquisições do produto, empresários da China desembarcaram no Estado na 12ª edição da Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, que se encerra nesta sexta-feira.
Em uma das mais importantes feiras do agronegócio do país, eles buscaram parcerias para formatar um modelo de negociação diretamente com o produtor. Por meio de investimentos e incentivos a cooperativas, os chineses tentam garantir estoques de soja diante da alta de preços e da demanda cada vez mais crescente por alimentos.
Com um perfil internacional, a Expodireto é o ponto de encontro de quem busca oportunidades e tecnologia de ponta.
Comitiva da China participa pela primeira vez da feira
Pela primeira vez, uma comitiva de empresários chineses participa da feira do agronegócio gaúcho, realizada desde 2000 no norte do Estado. Por meio da articulação do Instituto Brasil-China de Desenvolvimento Intercâmbio e Comércio Exterior (IBCDE), representantes de empresas chinesas alinhavam negócios para incrementar as exportações de soja brasileira.
Somente nos dois primeiros meses deste ano, a China comprou 7,45 milhões de toneladas da oleaginosa no Exterior — volume 6,1% maior do que no mesmo período do ano passado.
— Eles (os chineses) estão dispostos a injetar investimentos no sistema cooperativista, a fim de garantir o abastecimento de grãos diante da alta de preços no mercado mundial – detalha o presidente do IBCDE, Sérgio de Moraes.
Conforme Moraes, os investimentos em solo gaúcho podem envolver logística para escoamento da produção, armazenagem e beneficiamento de grãos, além da irrigação das lavouras de soja. Uma das possibilidades é o fornecimento de ferramentas necessárias para a produção, como máquinas e insumos, em troca da venda do produto.
Ao contrário de outros países desbravados pelo apetite chinês, a intenção dos orientais no Rio Grande do Sul não é adquirir terras próprias para produção da oleagionosa, especialmente pelas limitações de investimentos impostas pelas faixas de fronteira, mas associar-se a cooperativas agrícolas.
— Esse é o modelo mais eficiente para se ter um resultado imediato — avalia Moraes.