Empresário chegou ao DML com a cabeça coberta por um capuz |
O empresário Luiz Henrique Sanfelice chegou a Porto Alegre às 9h20 desta quarta-feira. Do Aeroporto Salgado Filho, foi levado direto ao Departamento Médico Legal (DML), na Capital, onde fez exames de lesões. Na chegada ao DML, pouco depois das 10h30min, o empresário cubria a cabeça com o capuz de uma jaqueta.
Após os exames, o empresário foi encaminhado à Penitenciária Modulada de Montenegro. Chegou ao local às 11h40min. Sanfelice retorna a uma prisão gaúcha quase três anos após a fuga. Foi em Montenegro que ele cumpriu parte da condenação de 19 anos de prisão imposta pela Justiça de Novo Hamburgo pelo assassinato da mulher dele, a jornalista Beatriz Helena de Oliveira Rodrigues, 43 anos, no Dia dos Namorados de 2004.
A viagem da Espanha, onde se refugiou, até o Brasil durou quase 14 horas. O empresário desembarcou pouco antes das 5h no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. De lá, partiu para Porto Alegre em voo que decolou às 7h50min.
Sanfelice viajou escoltado pelo delegado Farnei Franco, da Delegacia da Imigração (Delemig), da Polícia Federal no Rio Grande do Sul e representante da Interpol no Estado, e outro agente, que foram até Madri para cumprir a ordem judicial de extradição do Tribunal de Justiça madrilenho.
Trancafiado em uma cela em Montenegro, Sanfelice precisará aguardar a instauração de um procedimento administrativo disciplinar (PAD) que vai apurar a fuga. Depois, o documento vai ser encaminhado ao juiz Eduardo Almada, da Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre, que se dedica a julgar fugas e faltas graves cometidas por apenados na Região Metropolitana.
O magistrado decidirá o destino do empresário: Sanfelice permanecerá cumprindo pena no semiaberto — de onde fugiu em abril de 2008 —, ou terá o regime regredido para o fechado. Sanfelice foi recapturado em maio de 2010, em Bollulos de la Mitación, nos arredores de Sevilha, no sul da Espanha. Lá vivia com a segunda mulher, Andrea Soares.
O empresário tem cidadania espanhola e fugiu para a região da Andazulia, após conseguir a segunda via do passaporte no consulado-geral da Espanha, no Rio. Ele alegou que o documento original tinha sido roubado, mas, na verdade, estava apreendido.