Atentados que deixaram quase 3 mil mortos começaram a ser planejados em 1999 Foto:Ver Descrição / Ver Descrição |
Quase 10 anos depois do 11 de Setembro, os maiores atentados da história, informações divulgadas pela Justiça dos EUA revelam detalhes sobre a gênese das ações terroristas. O material integra os documentos de acusação contra o paquistanês Khaled Sheikh Mohammed – o "cérebro" por trás dos ataques ao World Trade Center, em Nova York, e ao Pentágono, perto de Washington – e quatro cúmplices, Walid bin Attash, Ramzi ben al-Shaiba, Ali Abd al-Aziz Ali e Mustafah al-Hussawi.
Os cinco serão julgados por um tribunal militar na base naval americana de Guantánamo, na Ilha de Cuba, e podem ser condenados à morte. Os atentados que deixaram quase 3 mil mortos e mais de 6 mil feridos começaram a ser planejados dois anos antes, em 1999, com conexões na Alemanha, nos Emirados Árabes Unidos e na Espanha.
Veja algumas das conclusões da investigação americana, a partir de registros de ligações telefônicas, pedidos de visto, transferências bancárias e outros dados:
O início
A elaboração do plano começou no início de 1999, quando Khaled Sheikh Mohammed propôs a Osama Bin Laden, líder máximo da Al-Qaeda, utilizar aviões comerciais como mísseis contra alvos americanos. Segundo os promotores americanos, Mohammed dirigiu toda a operação até o último minuto.
Em 31 de dezembro de 1999, o saudita Walid bin Attash viaja de primeira classe entre Bangcoc e Hong Kong com uma navalha no bolso e "se aproxima da cabine para testar as medidas de segurança". Dias mais tarde, realiza outros voos internacionais, sempre com uma navalha no bolso.
A conexão Hamburgo
Em Hamburgo, na Alemanha, Ramzi ben al-Shaiba, um iemenita de 38 anos, se candidata a ser um dos pilotos suicidas. Os Estados Unidos negam um visto de entrada para ele por quatro vezes, entre 15 de maio e 15 de outubro de 2000.
A pedido de Mohammed, Al-Shaiba passa, então, a ser o intermediário entre ele e os futuros pilotos camicases. Al-Shaiba é, inclusive, amigo de Mohammed Atta, também residente em Hamburgo, que acabaria sendo escolhido como o líder dos 19 sequestradores do 11 de Setembro.