12 abril 2011

MST exige garantia de assentamentos para deixar Fazenda Coqueiros, na região norte do RS

O movimento reivindica o assentamento de
1 mil famílias no Estado
Foto:Larissa Marta,Especial / Agencia RBS
Pela 13ª vez, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)invadiu a Fazenda Coqueiros, no Norte gaúcho, pela 13ª vez. O grupo exige a garantia de assentamentos para deixar o local. Por volta das 11h30min desta segunda-feira, os cerca de 500 integrantes — que marchavam há duas semanas — adentraram em uma área de 1,5 hectares de mata nativa que já havia sido ocupada em 2004.
Escoltado pela Brigada Militar, que acompanhava a marcha pelo Norte do Estado, o grupo decidiu parar subitamente ao se chegar próximo à fazenda Coqueiros. Logo após, iniciou a construção de barracos e delimitou uma área de aproximadamente 500 metros de extensão na estrada de chão entre Coqueiros do Sul e Carazinho, que corta a propriedade da Família Guerra e dá acesso ao distrito de Xadrez.
Na região invadida, o trânsito é bloqueado por duas barreiras de pedras e só é possível ultrapassá-las com a autorização do MST em ambos os sentidos. De longe, é possível avistar carros, a movimentação de pessoas de diferentes idades e bandeiras vermelhas escoradas em pedras balançando devido ao vento.
O movimento reivindica o assentamento de 1 mil famílias no Estado e alega que apenas 800 das 2 mil famílias estipuladas no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 2007 foram assentadas. Para o grupo, a marcha está encerrada e o MST só deixará a propriedade se os pleitos forem atendidos pelo governo.
Um dos porta-vozes do movimento, Gilson Almeida revelou que o MST não teme a Brigada Militar e reiterou que qualquer movimentação na área delimitada depende de autorização prévia. Segundo ele, após audiência prevista para hoje à tarde entre líderes do MST e Governo do Estado, as famílias se reunirão para definir novos rumos da mobilização.
Tudo indica, porém, que os integrantes pernoitarão nesta segunda-feira na Fazenda Coqueiros. Afinal, a Família Guerra, dona da propriedade, deverá ingressar somente amanhã ou quarta-feira com a ação de reintegração de posse. O texto está sendo elaborado pela defesa.
— Estamos trabalhando na ação e esperamos que a reintegração seja imediata — destaca o advogado Tailor Agostini.
Segundo ele, a invasão foi registrada em ocorrência policial às 15h40min e, posteriormente, 4 cabeças de gados teriam sido abatidas na propriedade. Agostini ressalta que o espaço invadido corresponde a 1,5 hectares de área de preservação permanente (APP) da Fazenda Coqueiros.
A Brigada Militar segue monitorando a situação. Instalados a cerca de 5 quilômetros da área invadida, cerca de 100 policiais, incluindo efetivo do Batalhão de Operações Especiais (BOE), aguardam orientação da Secretaria Estadual de Segurança Pública.
Em Porto Alegre, integrantes do MST invadiram o pátio do Incra na manhã desta terça-feira.