Colegas da prefeitura de Fontoura Xavier que teriam sido lesados entregaram documento à Justiça Foto:Larissa Marta / Especial |
Nove participantes de um bolão que reivindicam o prêmio de R$ 119 milhões da Mega Sena, pagos a um empresário de São José do Herval, no Vale do Taquari, querem que o dinheiro seja bloqueado pela Justiça.
Esperançosos com o resultado de um inquérito da Polícia Civil que apontou uma suposta fraude com o bilhete premiado, um grupo de funcionários da prefeitura de Fontoura Xavier, cidade onde foi feita a aposta, entregou ontem um documento à Justiça de Soledade (sede da comarca) solicitando providências para evitar que o empresário gaste os valores recebidos em outubro.
Até o prefeito de Fontoura Xavier, José Flávio Godoy da Rosa, entrou no caso em defesa dos servidores, operários da Secretaria de Obras do município da Região Norte:
— Estou convencido de que houve uma fraude. Esse dinheiro deve ser entregue aos verdadeiros donos.
No inquérito, foram indiciados o empresário, um empregado dele, o dono da lotérica onde foi feita a aposta milionária, um funcionário e um ex-secretário de Obras de Fontoura Xavier (esses dois faziam parte do bolão, mas teriam traído o grupo ao repassar o bilhete premiado ao empresário).
Os crimes apontados são estelionato, formação de quadrilha e falso testemunho. O delegado Heliomar Franco não divulgou os nomes dos envolvidos e não especificou os tipos de crimes atribuídos a cada suspeito, alegando que o inquérito estaria em segredo de justiça.
O inquérito da polícia foi entregue na segunda à Justiça. Conforme o promotor Vercilei Serena, que atua junto à Vara Criminal, é possível que na próxima semana ele se manifeste. A grande preocupação do grupo é que o dinheiro do prêmio se dilua rapidamente.
O empresário estaria gastando os milhões com a compra de uma mansão em um condomínio de luxo no Litoral, caminhonetes, promovendo festas e distribuindo presentes e cestas básicas, tentando angariar simpatia popular.