Iniciou na segunda-feira, dia 20, reunindo estudantes e profissionais do setor, o II Seminário de Agronomia da SETREM, organizado pelo Curso de Agronomia e Diretório Acadêmico de Agronomia (DAAGRO) da instituição.
A primeira temática abordada ‘Aveia: palha, raízes, rotação cultural e rendimentos’, foi ministrada pelo Dr. Elmar Luiz Floss, da Universidade de Passo Fundo (UPF). Na ocasião o professor destacou a ampla adaptabilidade da cultura. “O produtor precisa ser competitivo no mundo globalizado. E independente do tamanho da propriedade deve gerar lucros, ser sustentável, sem prejudicar o solo e a água, evitando desmatamento”, revela.
A aveia, como grande produtora de palhada, auxilia no sistema de plantio direto, melhorando a permeabilidade, estrutura física, química e biológica do solo. Desta forma, a cultura plantada após a aveia terá um melhor sistema radicular e conseqüentemente melhor desenvolvimento. “Quando melhor o sistema radicular das culturas, maior a eficiência de absorção de água e nutrientes”.
Salientou que a produção de aveia, dentre as culturas de inverno, é a que tem menor custo. Porém se o objetivo for produção de grãos para industrialização devem ser adotadas tecnologias. “Além de investir em sementes de boa qualidade é necessário fazer adubações nitrogenadas e principalmente, realizar o controle de doenças.”
Elmar revelou ainda que a grande vantagem de se cultivar aveia na região é quando esta tem fins forrageiros. “O outono é o período mais critico para os produtores de leite. A pastagem de verão acabou e a de inverno não está estabelecida. Ter pasto nesta época possibilita a alimentação dos animais e diminuição da queda de produção”.
Nutrição e Manejo de animais
Na terça-feira, dia 21, o Dr. Rodrigo Lemos Meirelles e Ms. Arli Heimerdinger (ambos da Agroceres Multimix) explanaram, respectivamente, sobre ‘Uso de aditivos na nutrição de bovinos leiteiros’ e ‘Nutrição e manejo de animais jovens’.
Rodrigo proferiu sobre os principais aditivos utilizados pelos produtores, com objetivo de melhorar a produção leiteira. “Tenho observado em muitas propriedades que tem vacas de média e alta produção, uma grande incidência de animais com problemas metabólicos, principalmente a acidose ruminal, em razão do maior consumo de ração e de concentrados.”
A doença é comum e afeta a produtividade do animal. Muitos produtores utilizam aditivos, como bicarbonato de sódio, para combater a acidose ruminal, contudo, não obtém o resultado esperado. “A substancia, por vezes, mascara a doença. Acidose ruminal subclinica não apresenta sintomas aparentes. A escolha do aditivo deve ser adequada a fase, ao animal e a produção de leite”, explica.
Ari também trouxe uma questão importante aos presentes, mas que vem sendo deixada em segundo plano nas propriedades: a reposição de animais jovens. “Estes animais representam o plantel futuro do produtor e não têm um aporte tecnológico de qualidade como os animais adultos. A melhoria em termos genéticos, não é suficiente, o manejo deve ser adequado.”
O profissional ressaltou a importância do manejo de qualidade no animal de até um ano, que envolve nutrição, sanidade, cuidados e instalações. “Destaca entre as ações a serem realizadas, a colostragem. Via placenta o animal não recebe imunidade da mãe, somente doenças. Receberá defesas via colostro, através do aleitamento. É a primeira vacina do animal e não tem custos.”
Hoje, quarta-feira, os presentes poderão refletir sobre ‘Biotecnologia: possibilidades e perspectivas agropecuárias geradas’, que será ministrado pelo Dr. Luis Carlos Federizzi (UFRGS).
Na sexta-feira, dia 24, o Ms. Claudio Luiz Lemainski (Drakkar Solos Consultoria) explanará sobre ‘Agricultura de precisão: aplicação localizada de corretivos e fertilizantes visando potencializar rendimentos’ e o Dr. José Antônio Martinelli (UFRGS) e Drª Márcia Soares Chaves (Embrapa Trigo) sobre ‘Ferrugens em trigo e soja: verdades, mitos, manejos e controles ’.
No dia 25, sábado, no Armazén Liquid, de Três de Maio, haverá o III Canto da Agronomia Trio Sureño, com participação especial de Marcelo Carvalho (Micharia), premiado nos maiores festivais do sul do país.
