Brasil pode aproveitar crise mundial para despontar como potência agrícola, diz Dilma.Veja fotos Crédito: Roberto Stuckert Filho / PR / CP |
Durante o discurso na abertura oficial da 34ª Expointer em Esteio, nesta sexta-feira, a presidente Dilma Roussef lembrou que os ventos que chegam dos países desenvolvidos não são muitos bons, mas que o Brasil tem plenas condições de atravessar este momento de turbulência que assola as economias desenvolvidas. Para a presidente, o País pode aproveitar o momento para assumir o papel de potência agrícola e pecurária mundial.
"Somos capazes de atender o mercado interno – gerando emprego e renda – e atender o mercado externo. Somos um dos maiores mercados consumidores do mundo", enfatizou a presidente. "Nós enfrentaremos a crise consumindo, investindo, ampliando e criado empresas, diminuindo impostos, plantando e colhendo os frutos da agropecuária brasileira."
Após a fala da presidente, que começou pouco depois das 11h, a maioria das autoridades deixou o palanque onde ocorreu a cerimônia e não acompanhou a íntegra do Desfile dos Campeões e a execução do hino do Rio Grande do Sul .
Dilma lembrou que esta crise é uma continuidade da ocorrida em 2008 e que o Brasil foi o primeiro a entrar e o último a sair. Segundo a presidente, Lula percebeu que a força estava no mercado interno. "A diferença do Brasil está no fato de que não temos as mesmas consequências que os países desenvolvidos tiveram em se defender. Em 2008, o sistema financeiro mundial esteve a ponto de quebrar e os governos lançaram mão dos orçamentos fiscais e absorveram as dívidas dos grandes bancos. O Brasil tinha os bancos sob controle do Banco Central (BC)". Dilma lembrou que atualmente esses depósitos são muitro maiores (R$ 420 bilhões) e as reservas internacionais superam os US$ 350 bilhões.
Ao falar sobre a visão estratégica do governo federal em relação à Agricultura, Dilma foi enfática: "O mundo só vai nos respeitar se formos capazes de produzir sem prejudicarmos o meio ambiente e se soubermos recuperar as áreas degradadas." A presidente explicou que as ações da União passam pelo reconhecimento de que o País precisa de uma política nacional para o setor, mas com um olhar regional. Dilma usou como exemplo, a cultura do arroz no Rio Grande do Sul, a fruticultura no Nordeste e o plantio de café e laranja no Sudeste.
A presidente lembrou que o Brasil aprendeu, com a crise mundial de 2008, que teria que apostar na maior riqueza do País, os 190 milhões de brasileiros e, consequentemente, no agronegócio. Dilma destacou o Plano Safra 2011/2012 que oferece juros de 6,75% ao ano e que prevê facilitar a vida do produtor ao tornar menos burocrático o contato com o governo.
A presidente assegurou que não vai mais ocorrer a via sacra para liberação de crédito e que o pecuarista é quem vai decidir como irá distribuir os recursos. "É o reconhecimento de que ele é o maior planejador da sua própria atividade." Dilma também disse que será ampliado o apoio ao médio empresário rural.
Dilma destacou a parceria com o governador Tarso Genro nas ações em prol da agropecuária e do desenvolvimento do Rio Grande do Sul. A presidente também lembrou que este é o primeiro evento que ela participa com o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, na área de atuação dele.