Elenir garante que o período na Feira não representa nenhum sacrifício |
Enfrentar as constantes mudanças climáticas e o lamaçal característicos da Expointer, em Esteio, é uma tarefa difícil para quem lida com os animais e para aqueles que apenas acompanham os trabalhos de familiares. Há três anos, Elenir Jaques Rodrigues participa das edições da Feira. Os encontros servem para reunir família e amigos, além de engrossar o orçamento do clã de Rosário do Sul. O esforço inclui acampar - com tempo bom ou ruim - em frente a um dos estacionamentos na companhia de netos e filhos.
Enquanto o marido Juvenal e o filho Leonardo comercializam produtos artesanais na Feira - como cintos, facas e cordas -, Elenir organiza a casa e prepara as "marmitas". "Conforta trazer os familiares, porque meu marido teria que pagar para ajudá-lo. Decidimos trabalhar em família e com os amigos porque todos se esforçam e colaboram". Instalados desde 24 de agosto, o grupo está dividido em duas barracas. "Não pegamos muito frio. De qualquer forma, além de as barracas serem quentes, temos cobertor para suportar o frio", afirma.
Se por um lado as instalações dos banheiros podem ser consideradas adequadas, por outro, o tradicional lamaçal que toma conta de boa parte do Parque ainda é o maior incômodo para quem acampa ou quer se deslocar pelos pavilhões. "O único problema é o barro, que já faz parte. Acho que nunca existiu uma Expointer sem chuva", ironiza Elenir, cuja rotina na Feira tem início às 7h e só termina depois que o último integrante do grupo se recolhe para dormir.
Além da caçula Mariani, 14, da nora Kátia, e dos netos João Vitor, 6, e Arthur, 3, os Rodrigues contam com a companhia do amigo Edvilson Martins. Mesmo sem o conforto do lar, Elenir garante que o período na Feira não representa nenhum sacrifício. Segundo ela, os banheiros são bons e contam com água quente. O esforço, no entanto, é recompensado com o lucro obtido das vendas no Parque Assis Brasil, em Esteio, nas duas semanas de trabalho.
Apesar da crise que ameaça o País, a expectativa é de comercializar todos os produtos e voltar para Rosário contando os ganhos da Feira. "Nós começamos a vir para cá porque sabemos que a safra do ano é a Expointer, e agora a família começou a vir. A gente gosta de acampar, nos divertimos, não é ruim vir pra cá. Ficamos duas semanas numa boa", relata.
Texto: Felipe Samuel
Foto: Camila Domingues/Palácio Piratini