25 outubro 2011

Menino cego impressiona por seu carisma e exemplo de vida

Por / Everson Dornelles, RBS TV Santa Rosa
Com apenas dois anos e seis meses, Guilherme Mann de Três Passos compartilha um exemplo de força e energia, além de esbanjar carisma.
O menino nasceu com câncer nos dois olhos e perdeu a visão. Com a perseverança dos pais, Guilherme tem autonomia para tomar algumas atitudes.
Caminha com facilidade e até arrisca passos de dança. Em seu cotidiano, no entanto, é dependente dos pais. Os pais, Auri e Márcia,precisam estar de olho em tudo que ele faz.
- Eu e minha mulher estamos sempre juntos, ajudando ele enxergar. A gente está ajudando ele a conhecer o mundo – conta o agricultor Auri Frederico Mann, pai de Guilherme.
Para evitar que o menino se machuque, no as camas saíram e os colchões foram colocados no chão e nas paredes do quarto. Quando está nesta parte da casa, Guilherme brinca e se exercita nos colchões. Gargalhadas anunciam a diversão.
No entanto, seu brinquedo favorito, chama a atenção de quem visita a família é ver Guilherme se divertindo com seu brinquedo favorito: um teclado. Por horas, ele se atenta ao som da música.
- Nós estamos muito felizes. Ele está andando, tocando. É a diversão dele todos os dias – conta o pai.

A família mora em uma casa de madeira, que frequentemente precisa de manutenção. No mês passado a prefeitura de Três Passos doou para a família o prédio de uma escola, que foi desativada. Depois de fazer algumas reformas, o agricultor pretende fazer a mudança.
- O telhado precisa ser todo trocado porque chove para dentro. Como ele não enxerga vamos fazer alguma coisa boa para o Guilherme, para ele se sentir melhor – planeja.
O terreno onde foi construída a escola já pertenceu ao avô do menino.
- Há muitos anos o avô do Guilherme tinha doado terreno para construir a escola. Depois de muito tempo sem uso e em função do Guilherme, estamos devolvendo o que era do avô para o neto – conta o prefeito Cleri Camilotti.
Com as constantes viagens a Porto Alegre, para tratamento do filho, Auri pouco consegue fazer na propriedade rural. Suas atividades agrícolas se resumem a horta e ao plantio de mandioca.
O amor do pai prevalece e o filho retribui: abraços carinhosos e sorrisos não faltam.
“Se eu enxergar um pouquinho, ele também vai enxergar. Se eu enxergar de Humaitá a Três Passos, ele também vai enxergar. Eu vou dar minha visão para ele. Por mim, eu tirava uma vista minha e dava pra ele”, declara o pai de Guilherme.