João Barboza (D) e o filho Robinson ampliarão em 20% a área plantada na propriedade da família Foto: Clarissa Hermes / Especial |
Diante da estiagem que castiga a safra de verão, muitos agricultores também apostam na cultura para recuperar as perdas atuais no ciclo de inverno.
Um deles é João Nelson Barboza, 61 anos. Enquanto a falta de chuva castiga os 154 hectares de milho em Não-Me-Toque, ele projeta ampliar em 20% a área de cevada na próxima safra. A oportunidade de bons negócios, associada à instabilidade do trigo, é o principal motivo.
Em 2010, Barboza e os quatro irmãos plantaram 64 hectares de cevada. No ano seguinte, 90 hectares. No próximo ciclo, a meta é alcançar 110 hectares. Confiante na valorização do grão, o produtor acredita que a cultura fortalecerá a propriedade de 650 hectares:
— A perspectiva da Ambev é um convite para investir e faz da cevada uma boa alternativa para o inverno.
A maltaria entrará em operação no segundo semestre de 2012, antes do término da próxima colheita. A unidade produzirá 110 mil toneladas de malte por ano. Enquanto as obras não começam, a Ambev investe no fomento à produção, que deve abranger mais de 2,5 mil famílias fornecedoras.
— O fomento tende a valorizar a produção regional, que tem qualidade e boa produtividade — observa Cláudio Dóro, engenheiro agrônomo da Emater em Passo Fundo.
O malte produzido na unidade, atenderá à demanda de fábricas em Santa Catarina, Paraná e São Paulo. O diretor agroindustrial da Ambev, Marcelo Otto, revela que o objetivo é ter a política comercial definida e a produção pré-contratada até maio de 2012.