Agentes paranaenses deverão depor na manhã de terça-feira, na Corregedoria da Polícia Civil / Crédito: Arthur Puls |
Os três agentes paranaenses envolvidos no assassinato do sargento da Brigada Militar (BM) Ariel da Silva, na quarta-feira passada, em Gravataí, chegaram por volta das 23h desta segunda-feira em Porto Alegre e deverão depor na manhã de terça-feira, na Corregedoria da Polícia Civil. Eles vieram em um comboio de cinco veículos e foram levados para uma cela especial do GRupamento de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil. A rua Freitas de Castro, atrás do Palácio da Polícia, foi isolada para a chegada do grupo.
Segundo o delegado Paulo Grillo, a data da reconstituição não foi marcada, pois é necessário aguardar a finalização dos trabalhos do Instituto Geral de Perícias (IGP). O corregedor espera laudos do Departamento de Criminalística e do Departamento Médico Legal (DML) – o principal deles do levantamento no local onde o sargento foi morto e os outros se referem ao caso do refém Lírio Darci Persch, morto na quarta-feira, em Gravataí, em desastrada ação policial.
Outros dois inquéritos estão em andamento, um relativo à suposta existência de prevaricação, uma vez que a delegada plantonista liberou os paranaenses após prestarem depoimento, e outro sobre o sequestro e cativeiro de Lírio Persch e de seu amigo Osmar Finkler, que escapou ileso no confronto. Os delegados Leonel Carivali e Roland Short foram afastados das investigações por causa da morte do refém.
Entenda o caso
O 1º sargento do serviço de inteligência da Brigada Militar Ariel da Silva foi atingido por cinco disparos de fuzil por volta da 1h30min dessa quarta-feira, em Gravataí. A versão apresentada pelos policiais paranaenses é de que o policial militar (PM) atirou contra eles em uma abordagem e ocorreu então o revide com tiroteio. O coronel Silanus Mello, responsável pelo Comando de Policiamento Metropolitano da Brigada Militar, não acredita na hipótese de o PM ter decidido abordar, de moto, um carro com três ocupantes. Ariel da Silva estava à paisana, de folga e voltava da casa do pai. "O sargento estava caído, ainda com vida, ao lado da moto e da sua pistola. Estava distante cerca de sete metros atrás do Logan", disse. A vítima atuava há 21 anos na Brigada Militar. Natural de Porto Alegre, o sargento deixa mulher e uma filha de 16 anos.
À tarde, o empresário Lírio Perscht, 50 anos, morreu em ação conjunta da Polícia Civil do Paraná e polícias Civil e Militar do Estado. Agentes invadiram o cativeiro onde eram mantidos reféns Perscht e outro empresário – um sobrado amarelo na rua Doutor Luiz Bastos do Prado, atrás da Câmara de Vereadores de Gravataí. As circunstâncias da morte de Perscht não estão claras. A vítima foi baleada durante um tiroteio entre policiais e sequestradores no local.
Ao fim da ação de resgate, três pessoas foram presas – todas com antecedentes por extorsão mediante sequestro. Os policiais envolvidos na morte do sargento da BM foram detidos, em Curitiba, após a Justiça decretar pedido de prisão temporária.