Noroeste e Vale do Taquari têm encontrado dificuldades em acionar o Proagro |
Na tentativa de salvar parte das lavouras de milho dos prejuízos do déficit hídrico, produtores do Estado estão adotando um "plano B" e destinando a produção para silagem. O Manual do Crédito Rural permite ao beneficiário destinar a massa verde da lavoura para alimentação animal se constatadas perdas superiores a 60%. Nestes casos, o relatório de comprovação de perdas poderá ser concluído com uma única vistoria à propriedade. Segundo o presidente da Apromilho, Cláudio Luiz de Jesus, mesmo que a silagem seja de baixa qualidade, esta é a única alternativa no momento, já que as principais regiões produtoras não registram volumes significativos de chuva há quase um mês.
É o caso da região do Alto Uruguai, onde há municípios em que, nos primeiros 15 dias de dezembro, a precipitação somou apenas 6 milímetros. A falta de água já traz reflexos em Campinas do Sul, onde, no mesmo período de 2010, a chuva atingiu 218 milímetros. Na localidade de Linha Creoula, produtores já colhem o milho para silagem do gado. "Se não chover até o Natal, o milho pode ter perda de 50%", avalia o prefeito de Campinas do Sul, Néri Montepó. A falta de chuva também começa a trazer preocupação nas lavouras de soja e ao abastecimento de suínos e gado leiteiro. Para amenizar os efeitos, a secretaria municipal de Obras está limpando e abrindo nascentes, desobstruindo córregos de acesso entre vertentes e depósitos de água e construindo açudes. O tempo seco também afeta os municípios de Benjamin Constant do Sul, São Valentim, Faxinalzinho e Erval Grande.
Mas os problemas dos agricultores não se limitam ao clima. Muitos produtores das regiões das Missões, Noroeste e Vale do Taquari têm encontrado dificuldades em acionar o Proagro. Na sexta-feira, a Fetag enviou comunicado para o Banco do Brasil solicitando que as agências sejam orientadas a aceitar os pedidos de cobertura do seguro. Segundo o assessor de Política Agrícola da Fetag, Airton Hochscheid, a federação recebeu inúmeras ligações de sindicatos reclamando que as instituições pedem para os produtores aguardarem.