Foto: Felipe Dorneles/Correio do Povo |
A estiagem, que acarreta prejuízos para a agropecuária e diversos outros setores da economia de municípios gaúchos desde o final de novembro passado, afeta também belas paisagens naturais. A cascata do rio Santa Rosa, com cerca de 10 metros de altura e 30 m de largura, praticamente secou. A queda d''água divide as cidades de Santa Rosa e Três de Maio, no Noroeste do Estado.
O cenário é consequência de mais de dois meses sem chuvas regulares na região. Segundo o Comitê de Bacias Hidrográficas dos Rios Turvo, Santa Rosa e Santo Cristo, a seca reduziu o nível de água em todos os mananciais do conjunto. Cristiane Loebens, bióloga e secretária-executiva do Comitê, explica que a estiagem em 2009 também mudou o cenário da cascata do rio Santa Rosa, porém, não na mesma proporção que neste ano. "Em 2009, ainda era possível ver a água correndo entre as pedras; agora, são apenas filetes de água, o que poderia descaracterizar o local como uma cascata."
A bióloga diz que, além de mudar as paisagens naturais, a seca traz outros danos ao meio ambiente. "Com o menor volume de água nos mananciais, aumenta a concentração da poluição nos rios, pois, com menor volume, dificulta-se o processo de diluição de agentes de contaminação." Isso traz consequências para a fauna aquática, prejudicando peixes, anfíbios e até animais que possam vir a beber dessa água.
A cascata integra a alça seca de uma usina da CEEE. Segundo a Assessoria de Comunicação Social da Companhia, a hidrelétrica está operando 10% abaixo do normal, com uma geração de 600 quilowatts-hora. O nível do lago da barragem, que abastece a cascata, está 31 centímetros aquém da normalidade. O acesso à queda d''água é restrito, já que integra a área da usina. Segundo a empresa, trata-se de uma norma de segurança. É possível ir ao local apenas com autorização prévia da coordenação da hidrelétrica, localizada em uma estrada vicinal, acessada pela BR 472, entre Santa Rosa e Três de Maio.