Alegrete: Idoso diz que foi agredido e usou faca para afastar corintianos

Fachada do estabelecimento  (Foto: Arquivo Pessoal)

Eram mais de 50 torcedores corintianos desembarcando de um ônibus às margens da BR-290 nesta quinta-feira (29) quando o dono de uma churrascaria em Alegrete, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, percebeu que teria problemas para conter os ânimos da torcida que voltava da primeira partida da final da Libertadores contra o Boca Juniors, em Buenos Aires, na Argentina. Laurindo Prodocimo, de 62 anos, conta que foi agredido com um soco no olho e precisou de uma faca para se proteger do clima hostil provocado pela torcida, por volta das 19h30.

"Eles chegaram pedindo janta de graça e eu já senti que teria problemas. Eles eram muitos e eu não poderia me defender. Quando eu falei que ia chamar a polícia, eles me agrediram e começaram a roubar bebidas e comida aqui da churrascaria. Levaram meus óculos, minha corrente e até pedaços de carne eles colocaram no bolso", relata o proprietário do estabelecimento ao G1. "Eu tive que pegar uma faca pra me proteger. Só assim eles foram saindo e a polícia chegou", afirma.

Mesmo com o tumulto provocado pela torcida, Laurindo diz que permaneceu tranquilo e conta que tudo aconteceu rapidamente. O dono do estabelecimento vai reforçar a segurança do local para se prevenir da possibilidade de outro incidente, desta vez com a torcida do Boca Juniors, na próxima semana. "Os argentinos já passaram por aqui uma vez e não aconteceu nada. Mas vou pensar em alguma coisa para não dar sorte para o azar, né? Semana que vem eles (os torcedores) que devem passar por aqui", explica.

Laurindo foi atendido no hospital do município ainda na quinta-feira. Nesta sexta (29), ele voltou à casa de saúde e a equipe médica constatou uma pequena lesão no globo ocular do olho esquerdo. Ele registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil do município.

Segundo a Brigada Militar, 16 ônibus com torcedores da Gaviões da Fiel foram revistados e seguiram viagem até São Paulo. O torcedor que agrediu o dono do local assinou um termo circunstanciado e foi liberado.