Clínicas particulares divulgam a falta de doses da vacina apesar da grande procura (Foto: Marlise Brenol / Agencia RBS) |
A circulação do vírus da gripe A deverá atingir o seu pico no Rio Grande do Sul na segunda quinzena deste mês, para só então começar a curva descendente no gráfico de contaminações.
A expectativa da Secretaria Estadual da Saúde é de que o ápice da transmissão, que até ontem já havia provocado 15 mortes no Estado, ocorra entre os dias 15 e 20 de julho. Um novo boletim deverá ser divulgado nesta segunda-feira.
Com base no comportamento do vírus H1N1 nos últimos três anos, o secretário estadual da Saúde, Ciro Simoni, espera que o auge da contaminação ocorra na próxima semana no Estado.
— Não temos como estimar o número de óbitos, mas não estamos esperando nada parecido com o que houve em 2009 — afirma Simoni, fazendo referência ao ano em que a doença deixou 297 vítimas no Estado.
O professor de Infectologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Luciano Goldani lembra que a atividade do vírus está baixa no mundo inteiro e parte da população gaúcha está imunizada por ter se vacinado ou já ter adoecido:
— Não há possibilidade de se repetir a epidemia de 2009.
Goldani acredita que, como o pico da doença deverá ocorrer no final deste mês, o saldo de mortes deverá aumentar — mas sem chegar perto das quase três centenas de vítimas verificadas quando a epidemia chegou ao Estado. O especialista avalia que o número final poderá ficar perto de 40 ou 50 mortos — mas ressalta que essa é apenas uma opinião, e que dados como esses são difíceis de prever.
Epidemiologista do Hospital de Clínicas, Jair Ferreira observa que a distribuição da doença no Estado ainda é pouco uniforme, com focos em alguns municípios de regiões como a Noroeste. Há três anos, ele recorda que a epidemia se alastrou de maneira abrangente e levou a um aumento vertiginoso de casos durante o mês de julho, o que não estaria ocorrendo agora.
— O pico deve ocorrer até o final do mês, mas se o vírus ficar em regiões onde houve uma maior vacinação ou a gripe foi mais forte em outros anos, a quantidade de casos não deve subir muito — argumenta Ferreira.
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