02 julho 2012

São Luiz Gonzaga: Promotor fala sobre prisão de Vicente e seus ex-CCs

Ex-prefeito são-luizense foi preso na manhã desta segunda-feira
(Foto: Arquivo PMN) 
A semana iniciou movimentada na cidade de São Luiz Gonzaga. Nesta segunda-feira (02) um escândalo foi divulgado após a prisão do ex-prefeito Vicente Diel, do ex- secretário de obras, Dilamar Batista e do ex- assessor jurídico, Cláudio Cavalheiro. Os mandados são resultados de investigação que revelou os três estarem envolvidos em um esquema de corrupção na licitação da água e esgoto. A operação foi efetivada pelo Ministério Público Estadual, com o apoio do BOE – Batalhão de Operações Especializadas.

Em entrevista coletiva, o promotor de justiça da Promotoria Especializada Criminal de Porto Alegre, Flávio Duarte contou que as investigações aconteceram em parceria com o Ministério Público local, sob coordenação da promotora Dinamárcia Maciel, inicialmente em crimes relacionados à licitação, chegando à formação de quadrilha e corrupção.

Flávio disse que os princípios básicos em uma licitação são a moralidade e impessoalidade, busca pela melhor oferta e prestação de serviços, e ao lado das empresas simplesmente a demonstração de qualidade e apresentação de preços. Entretanto nesta licitação nenhum desses princípios foram obedecidos. “Havia um relacionamento promiscuo entre funcionários da prefeitura, entre a empresa que prestou assessoria e principalmente as empresas que participaram da licitação. É uma licitação que aparentemente, desde o início, estava marcada para que este consórcio que foi vencedor, fosse o vencedor”, afirmou.

O promotor enfatizou que estes indícios demonstram que os envolvidos tiveram um retorno financeiro para propiciar o resultado, mesmo que a licitação não tenha terminado. “Vantagens financeiras e eleitorais. No momento em que Vicente foi afastado do poder municipal, foi buscado junto às empresas que participavam da licitação, que facilitassem o retorno do prefeito, e ele retornando poderia finalizar o procedimento licitatório”, salientou.

Foram presos também em Florianópolis envolvidos, na sede da empresa que fez assessoria no processo licitatório e na residência de um gerente de uma das empresas participantes do consórcio vencedor, em Porto Alegre outro indivíduo na sede de uma das empresas, e em Bento Gonçalves um casal, onde a mulher seria procuradora do município junto ao Tribunal de Contas, casada com um funcionário de uma das empresas, participante ativo na licitação.

A promotora Dinamárcia mencionou que as investigações iniciaram em outubro de 2011, tomando partida quando o delegado Rodrigo Montenegro Velho a procurou trazendo a notícia de que em outra interceptação telefônica, autorizada judicialmente para investigação de tráfico de drogas, teria sido captada uma mensagem relativa a uma suposta corrupção do esquema de serviço de água e esgoto. “Era um jogo de carta marcada, inclusive da própria empresa que não ganhou”, expôs.

A prisão será temporária de 5 dias para depoimentos e sequência na investigação.

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