18 setembro 2012

Atualizada - Operação Babilônia prende 13 em Bom Progresso e região

Foram presas 13 pessoas por medida cautelar e uma flagrante 
Um caso de repercussão estadual movimentou a área policial da região. A Polícia Civil deflagrou uma operação em oito municípios do Noroeste Gaúcho e em Porto Alegre na manhã de hoje para combater crimes contra a administração pública. São 250 policiais no cumprimento de 55 mandados de busca e apreensão. Ao todo foram 90 viaturas e a participação de 32 delegados.

Foram presas 13 pessoas por medida cautelar e uma flagrante. Segundo a polícia, em entrevista coletiva, na qual participou a Rádio Difusora, que esteve encabeçando uma rede de Rádios, secretários municipais são investigados, além da prefeitura de Bom Progresso, que tem 2.300 habitantes.

A polícia fez buscas na casa do prefeito Armindo David Heinle, já que um dos filhos, Jarbas Heinle, que é secretário da Saúde, mora com ele. O prefeito também será investigado a partir de documentos e computadores presos na operação, denominada Babilônia. Ao todo eram 4 secretários os chefes da organização. A policia evitou divulgar outros nomes de políticos, vereadores, candidatos a esse pleito e empresários da região.

Foram feitas buscas na prefeitura de Bom Progresso, secretarias, residências dos suspeitos e nas sedes de empresas que tinham negócios com o executivo municipal. O desvio de valores ocorreria por meio da compra de produtos que, apesar de não serem entregues, eram pagos pela prefeitura, assim como serviços supostamente realizados. Os pagamentos se embasavam, segundo a investigação, em notas frias. A organização criminosa desviou cerca de R$ 7 milhões do município de Bom Progresso. Entre as fraudes estão: compras superfaturadas de pneus, remédios, aquisição de material de construção, entre outras.

Também foram apreendidas armas com alguns dos presos, como espingardas, um revólveres calibre 38, e pequena quantidade de droga, disse o delegado Rodrigo Garcia, que coordena a assessoria de imprensa da Polícia Civil e acompanha a operação.

A investigação dura cerca de seis meses, mas a polícia acredita que eles agem há pelo menos sete anos. Os detidos deverão ser indiciados por diversos crimes como fraude a licitações, peculato, formação de quadrilha, coação no curso do processo, lavagem de dinheiro, falsidade documental e uso de documento falso inclusive ameaça de morte a opositores e população do município.

Lembrado também, que foi divulgado com exclusividade, pela Rádio Difusora, a cassação de 23 títulos fraudulentos de eleitores que não residiam em Bom Progresso.

Em mais de 40 mil ligações interceptadas com autorização judicial a polícia também apurou que suspeitos negociariam armas e teriam combinado estratégias para intimidar e ameaçar testemunhas da investigação. O inquérito tem cinco volumes e foi produzido a partir de um esquema especial de trabalho, já que havia riscos de vazamento de informações na cidade.

Um grande número de policiais de toda a região foi mobilizado
na Operação Babilônia 
Segundo o delegado Joerberth Nunes, titular da Delegacia Fazendária, Jarbas Heinle, filho do atual prefeito, seria um dos mentores do esquema criminoso. O outro filho de Armindo que foi preso é o secretário de Finanças, Newton Jair Heinle. Nas outras cidades, Três Passos, Santo Augusto, Três de Maio, Passo Fundo, Ijuí, Braga, e Porto Alegre, os alvos investigados são empresários, um deles proprietário de uma rede de farmácia em Passo Fundo.

Entre outras medidas tomadas pela Polícia Civil na operação está a inviolabilidade dos bens patrimoniais dos detidos e a quebra do sigilo bancário. Mais pessoas devem ser indiciadas e presas nos próximos dias. Todos os presos estão sendo ouvidos aqui no município de Três Passos, permanecendo a disposição da Justiça.

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