20 setembro 2012

Cidades aproveitam feriado para limpeza e reconstrução no RS

Moradores consertam telhados em Santa Rosa
(Crédito: Felipe Dorneles / Especial / CP)
A Defesa Civil Estadual contabiliza os danos e começa a prestar auxílio às cidades afetadas pelas chuvas, ventos e granizo dos últimos dias. O chefe da Divisão de Assistência às Comunidades Atingidas, tenente-coronel Paulo Roberto Locatelli, fala que um caminhão com lonas já foi destinado ao Interior gaúcho. "Entre hoje e amanhã devemos encaminhar 45 toneladas de alimentos", relata. Além disso, o órgão irá encaminhar telhas para que as prefeituras distribuam para as famílias atingidas pelo granizo.

Após vários dias de mau tempo, as cidades da região Metropolitana e do Vale do Sinos iniciaram a recuperação dos estragos nesta quinta-feira, durante o feriado de 20 de Setembro, que começou com sol em vários locais. Em Novo Hamburgo, os bombeiros realizaram a remoção de árvores, já que 12 caíram com a força do vendaval, além de postes de energia elétrica. Uma das árvores despencou sobre uma casa no bairro Lomba Grande, mas ninguém se feriu. O nível do rio do Sinos, que na noite dessa quarta-feira estava em 6,33 m, diminiui para 6,23 m na manhã de hoje. O normal é entre 3,5 e 4,5 m.

Em São Leopoldo, a Defesa Civil segue em alerta, já que as águas ainda podem subir. O coordenador do órgão, Silomar Gomes, fala que no momento o nível está estável, em cerca de 5 m, mas que ainda pode extravasar nos próximos dias. A necessidade de retirar moradores de casa, porém, está descartada.

Uma comunidade indígena com 23 integrantes que precisou ser resgatada, na noite de terça-feira, em Barra do Ribeiro, já pode retornar ao local. O acampamento indígena, situado no km 318 da BR 116, ficou debaixo d'água devido ao transbordamento do arroio Passo Grande.

Por volta das 22h de terça, quando os bombeiros retiravam o último índio, o barco virou. Com a correnteza forte, o soldado José Geraldo Rodrigues Júnior, o sargento Moisés dos Santos e o índio se agarraram a uma árvore, mas ficaram com o corpo na água até a manhã. O trio foi encontrado pelos bombeiros com a ajuda de índios nativos, que vasculharam a mata alagada.

Moradores dos bairros Três Marias e São José, em Esteio, já começaram a retornar para suas casas e contabilizar os prejuízos causados pelas cheias dos arroios Esteio e Sapucaia. As enchentes ocorridas nos últimos dias deixaram 800 residências alagadas. As áreas mais afetadas foram os bairros Três Marias, Três Figueiras, São José, Ezequiel e São Sebastião.

De acordo com o coordenador da Defesa Civil do município, tenente Luiz Carlos Terra, os bairros Ezequiel, São Sebastião e Três Figueiras continuam alagados. As famílias continuam abrigadas em igrejas e escolas da região. A expectativa do órgão é de que o nível da água baixe entre a tarde de hoje e a madrugada de sexta.

Já Cachoeirinha teve ruas alagadas pela cheia do rio Gravataí. Quarenta famílias tiveram de ser retiradas de casa no bairro Olaria, às margens do rio, nessa quarta-feira. Elas foram encaminhados para a Casa de Cultura Municipal.

O secretário de Habitanção, André Lima, ressaltou que é um problema isolado e que os moradores devem retornar para as residências em breve. Eles serão deslocados para o condomínio Chico Mendes, que está em construção e deve ser finalizado até novembro, conforme Lima.

Em outros municípios seguem os chamados para corte de árvores. Alvorada contabiliza queda de 50; Viamão, 20; e Canoas, 10, além de postes de luz.

No Noroeste do Estado, o temporal danificou pelo menos 400 casas em Santa Rosa, por isso o feriado também foi de reconstrução. O sol facilitou o trabalho. O decreto de situação de emergência foi assinado nessa quinta-feira pelo prefeito Orlando Desconsi e é avaliado pela regional da Defesa Civil em São Luiz Gonzaga. Nesta sexta-feira a entidade deve emitir parecer e, se for favorável, o decreto segue para Porto Alegre, para que seja definido o tipo de auxílio que o município irá receber. Enquanto isto, moradores reconstroem suas casas com recursos próprios.

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