18 fevereiro 2013

Escutas revelam que detento deixava presídio para roubar bancos no RS

Pedreira era usada para treinamento de explosões
(Foto: Giovani Grizotti)
Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça revelam como roubos a agência bancária com uso de explosivos são planejados no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Obtidas pela RBS TV, as gravações mostram que um foragido entrava e saía do Instituto Penal de Viamão (IPV) para combinar ataques com um presidiário, que fugia para cometer os crimes e depois voltava à cadeia. Até uma pedreira foi comprada pela quadrilha para treinar as explosões.

As gravações foram realizadas pela Polícia Civil de Sombrio, no interior de Santa Catarina, e culminaram na prisão de Dênis Martins Fernandes, o Pimenta, em dezembro, um dos que falam na ligação. Ele foi surpreendido em uma casa em Atlântida Sul, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, onde foram apreendidas toucas ninja, um fuzil e armamento.

O homem que entrava e saía livremente da penitenciária é suspeito de ter ligação com o bando de Elisandro Falcão, morto durante confronto com a Brigada Militar no final do ano passado, após assaltar uma fábrica de joias em Cotiporã, na Serra gaúcha. Segundo investigações da Delegacia de Roubos e Extorsões do Rio Grande do Sul, o grupo chegou a adquirir uma pedreira em Santo Antônio da Patrulha para realizar treinamentos e comprar dinamite legalmente. Conforme o delegado Juliano Rodrigues, vizinhos da pedreira costumavam ouvir explosões no local, onde foram encontrados restos de caixas eletrônicos.

Em uma das escutas, Fernandes conversa com um homem não identificado e discute a quantidade de explosivos necessária para explodir uma agência do Banco do Brasil em Antônio Prado, na Serra, crime que viria a ser consumado dias depois. Eles comentam outro assalto praticado em Sombrio, onde a quantidade de explosivos utilizada foi maior que a necessária, o que teria prejudicado “um pouquinho” ação.