23 maio 2013

Decretada a prisão preventiva de empresário boa-vistense investigado na Operação leite Compen$ado

Empresário foi surpreendido nesta quarta-feira (22)
(Foto: Débora Thomaz/especial PMN)
Foi aceito o pedido do Ministério Público e foi decretada a prisão preventiva de Paulo Rogério Schulz, empresário de Boa Vista do Buricá investigado na Operação Leite Compen$ado. O mandado de prisão foi expedido pelo Poder Judiciário de Três de Maio. 

Acompanhado de seu advogado, o empresário se apresentou na tarde desta quinta-feira (23), no plantão da Delegacia de Polícia de Três de Maio para prestar depoimento sobre as acusações que recaem sobre ele. O acusado está sendo ouvido pelo Delegado João Vitório Barbato, e depois será encaminhado ao Presídio Estadual de Santa Rosa.

No inicio da manhã desta quarta-feira (22), um dos caminhões usados na coleta de leite foi apreendido, e encontra-se na DP de Boa Vista do Buricá. Na sede da empresa de Paulo Rogério Shulz, localizada na saída para Nova Candelária, foram encontradas notas fiscais da compra de uréia, mistura pronta colocar no leite in natura e a fórmula utilizada pelo fraudador anotada em um pedaço de papel. Para cada 9 litros de leite, eram adicionados um litro de água e 10 gramas de uréia. Conforme o Promotor de Defesa do Consumidor, Alcindo Luz Bastos Silva Filho, o esquema é semelhante ao encontrado em Horizontina e Ibirubá: os envolvidos misturavam água e ureia ao leite antes de levar o produto para as indústrias, para dar consistência ao líquido e lucrar mais na comercialização.

A FRAUDE 

As investigações do Ministério Público tiveram início em fevereiro deste ano e comprovaram que empresas gaúchas de transporte de leite adulteraram o leite cru entregue para a indústria. Uma das formas de adulteração identificadas é a da adição de uma substância semelhante à ureia e que possui formol em sua composição. A adulteração consiste no crime de corrupção de produtos alimentícios, previsto no artigo 272 do Código Penal.

A simples adição de água, com o objetivo de aumentar o volume, acarreta perda nutricional, que é compensada pela adição da ureia – produto que contém formol em sua composição – e é considerado cancerígeno pela Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer e pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A fraude foi comprovada através de análises químicas do leite cru, onde foi possível identificar a presença do formol, que mesmo depois dos processos de pasteurização, persiste no produto final. Com o aumento do volume do leite transportado, os "leiteiros" lucravam 10% a mais que os 7% já pagos sobre o preço do leite cru, em média R$ 0,95 por litro.