20 julho 2013

Número de jovens vítimas de homicídio sobe 4% no RS em 10 anos

Mais de 600 jovens entre 15 e 24 anos são
assassinados por ano
(Foto: Imagem reprodução RBS TV)
A violência contra os jovens aumentou 4% no Rio Grande do Sul na última década, segundo uma pesquisa divulgada nesta semana pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos. Por ano, mas de 600 jovens com idades entre 15 a 24 anos são vítimas de homicídio no estado.

Em todo o estado, o número de jovens assassinados passou de 604 em 2001 para 628 em 2011. Em Porto Alegre, no mesmo período, o aumento foi maior, de 4,5%, passando de 176 para 184, de acordo com o mesmo estudo.

No total de assassinatos registrados em 2011 no estado, 29% dos crimes envolveram jovens. Em Porto Alegre o número é maior ainda: 35%. Segundo especialistas, a necessidade de interromper os estudos e a falta de oportunidades de emprego são algumas das causas.

“Isso tem a ver com questões de precariedade familiar, exclusão social, menos opções em termos de emprego e educação. Nessa faixa etária há uma maior vinculação com grupos e, às vezes, esses colegas e amigos podem pertencer a um grupo criminoso. Daí ele (o jovem) se insere também”, analisa a socióloga Letícia Maria Schabbach.

Mas se por um lado o jovem é capaz de produzir violência, por outro ele também é pode melhorar o lugar onde vive. Foi o que aconteceu na Vila Bom Fim, em Guaíba, na Região Metropolitana da capital, onde um projeto ajudou a reduzir a criminalidade a quase zero.

O Projeto Artesanato, Recreação e Informática (Projari) atende mais de mil pessoas. Dança, artes marciais, música e outras atividades são oferecidas no turno inverso da escola. O objetivo é proporcionar atividades de caráter sócio-educativo, artístico, informativo, cultural e esportivo, tirando os adolescentes das ruas.

“É oferecer um espaço de participação, onde a criança e o adolescente , o jovem  e o adulto, tenham a oportunidade de desenvolver o seu potencial, canalizar as energias”, diz a coordenadora do projeto, Nilva Dal Bello. “Em vez de sai para rua e se deparar com coisas erradas nas esquinas, a gente vem para cá e consegue criar um vínculo. Eles acabam não sendo só participantes, mas parte da família da gente”, acrescenta Roselaine Alves, voluntária.

As atividades do projeto ajudaram a reduzir os índices de criminalidade no bairro. De acordo com a Polícia Civil, apenas uma assassinato foi registrado na região no ano passado e nenhum em 2013. “Com certeza eu posso afirmar que aqui nesse bairro, que era um dos mais violentos de Guaíba, hoje para mim é um dos mais tranquilos”, garante o inspetor Leonardo Gardel.