Imagem: Reprodução RBS TV/Farni Centenaro |
Aumentou em 83% o volume de soja contrabandeada apreendida na Região Noroeste do Rio Grande do Sul em relação ao mesmo período do ano passado. A desvalorização do peso, moeda Argentina, frente ao real, estimula a entrada ilegal do produto que vem do país vizinho, conforme mostra a reportagem do RBS Notícias.
Atualmente, a saca de soja é vendida no Brasil por um valor quase três vezes maior. De janeiro deste ano até setembro, já foram apreendidas 139 toneladas da mercadoria argentina, 63 toneladas a mais do que em todo o ano de 2012. Para a Brigada Militar, a diferença de preço explica o aumento significativo das apreensões.
“Esta diferença faz com que as pessoas busquem ter este lucro. E nós vamos cada vez atuar mais forte para fins de tirar estas pessoas de circulação, para que todos tenham uma concorrência leal, dentro do que prevê a lei”, afirma o capitão Paulo Kunkel.
Em uma das apreensões mais recentes, policiais militar recolheram quase seis toneladas em um porto clandestino, no município de Doutor Maurício Cardoso. Parte da carga foi encontrada em um caminhão e o restante estava em sacas, com identificação da Argentina. De acordo com a Brigada Militar, a soja entra ilegalmente no país em barcos que cruzam o Rio Uruguai.
A Região Noroeste também registra apreensões frequentes de trigo, milho, chia e girassol. A entrada desses produtos no Brasil não é proibida desde que as mercadorias passem por portos autorizados e estejam com as taxas de importação pagas, conforme explica a Receita Federal.
“No caso esta introdução irregular de mercadorias sem o despacho normal de importação caracteriza crime de descaminho, inclusive as pessoas incorrendo em crime penal, com representação penal”, alerta o delegado da Receita Federal, Lauri Wilchen.