20 novembro 2013

'Que a justiça seja feita', diz pai de jovem morta após divulgação de foto

Pai aconselha que familiares estejam próximos e
incentivem o diálogo
Abalado com a morte da filha, o pai de uma jovem de 16 anos que foi encontrada morta por enforcamento em Veranópolis, na Região da Serra do Rio Grande do Sul, sofre em saber que um "problema pequeno" tenha se transformado em uma tragédia. Ele aconselha o diálogo em família. A polícia investiga o caso, já que a menina teve uma foto íntima divulgada na internet antes de morrer, como mostra a reportagem do Jornal do Almoço da RBS TV.

“A gente tenta entender a cabeça dos adolescentes, mas é difícil uma hora eles pensam uma coisa, outra hora outra. Eles transformam um problema pequeno em algo de tamanho enorme, uma coisa fácil de resolver fica um bicho de sete cabeças. Então, aconselho conversar bastante com os filhos e que a justiça seja feita”, fala o pai, que preferiu não ser identificado.

De acordo com o delegado Marcelo dos Santos Ferrugem, a imagem mostra os seios e o rosto da jovem na tela de um bate-papo. O computador da jovem e o celular dela foram apreendidos. Após saber da imagem, ela teria contado a uma amiga que iria se matar.

A previsão é que, nos próximos dias, a Polícia Civil ouça colegas e amigos da estudante. O delegado Marcelo Ferrugem afirmou que já tem o nome do suspeito. Mesmo que os responsáveis por divulgar a foto sejam menores de idade, eles podem ser punidos.

"Em se tratando de adolescente, o que a lei considera adolescente infrator, ele responderá por um procedimento especial, que será encaminhado posteriormente ao Ministério Público”, explica o delegado.

“Incorre na prática do crime não só aquela pessoa que inicialmente fez a divulgação do material, mas todas aquelas que também procederam a divulgação após receberem. Então, todas podem estar sendo responsabilizdas pela prática do mesmo crime”, completa.

Para a psicóloga Susymara Trintinaglia, é preciso que o uso da internet por crianças e adolescentes seja acompanhado de perto pelos pais ou responsáveis. “Se nós tivermos uma relação mais próxima desses jovens com os pais, onde eles possam dividir o que está acontecendo e, principalmente, se esses jovens pensarem mil vezes antes de postar qualquer coisa, principalmente algo que os exponha fisicamente ou moralmente, eu tenho certeza que nós vamos coibir esse tipo de tragédia”, pontua Susymara.