O Brasil precisa acelerar o desenvolvimento de variedades de grãos tolerantes a temperaturas elevadas. O alerta foi feito pelo pesquisador e chefe geral da Embrapa Informática Agropecuária, Eduardo Assad, tendo em vista que demora dez anos para que a semente chegue ao mercado após o começo de um estudo. Assad falou sobre estratégias frente ao aquecimento global durante a 54ª Reunião Técnica Anual do Milho e 37ª Reunião Técnica Anual do Sorgo, em Veranópolis. O atraso pode ser verificado pela oferta reduzida de materiais resistentes a altas temperaturas. No caso do milho, existe apenas uma variedade comercial em Sergipe. "Se considerarmos as projeções do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, a temperatura subirá, na hipótese otimista, 1,8 graus em cem anos, e na pessimista, 6 graus. O problema é que trabalhos no Brasil mostram elevação de 1,5 graus em menos de 50 anos, e as plantas que estão aí não são adaptadas, precisam raiz profunda para resistir aos verões e manter produtividade."
De acordo com Assad, o país deveria investir aproximadamente R$ 900 milhões ao ano em melhoramento genético para impedir perdas calculadas em R$ 7 bilhões anuais até 2020 na produção de grãos, se nada for feito pelos governos e iniciativa privada.