29 dezembro 2009

Fator Fogaça separa trabalhistas

Costurada ao longo deste ano pelos líderes dos dois partidos herdeiros do trabalhismo no Estado, a aliança entre PDT e PTB para a disputa ao governo gaúcho está por um fio. O sinal de que não será desta vez que a frente trabalhista sairá do papel partiu do PDT.
Em encontro realizado ontem na Assembleia entre líderes das duas siglas, os pedetistas deixaram claro que não há hipótese de o partido apoiar uma candidatura do deputado Luis Augusto Lara (PTB) ao Piratini.
A opção por uma aliança com o PTB – tendo Lara como candidato a governador – seria hoje a última das opções do PDT. A definição da candidatura de José Fogaça, do PMDB, reforçada pela sua colocação na última pesquisa Datafolha – empatado em primeiro lugar com o candidato do PT, Tarso Genro – praticamente sacramentou o apoio do PDT ao prefeito da Capital.
Assim que chegou à reunião acertada entre Lara e o deputado Paulo Azeredo (PDT), o presidente do PDT, Romildo Bolzan, fez um breve comentário que resumiu a falta de interesse do partido em apoiar um candidato do PTB:
– Não sei por que fui convidado.
No início do encontro, Bolzan reiterou que a aliança trabalhista só teria chances de prosperar se a chapa fosse encabeçada por um integrante do PDT. O dirigente calcula que o candidato pedetista pode ser definido em três semanas, mas a candidatura própria só é considerada viável com o PTB na composição.
– Se é para ser vice do PTB, vamos ser vice do Fogaça ou do Tarso, porque para nós é muito melhor – complementou Bolzan.
Durante a conversa, Lara propôs que o PDT também lance um nome ao governo para verificar o potencial das duas candidaturas até março. Segundo ele, se o PDT escolher um candidato com viabilidade eleitoral igual ou maior do que a do PTB, o partido abre mão da cabeça de chapa. Líderes pedetistas argumentam que a sigla não pretende apresentar um nome se não tiver segurança de que o caminho é a candidatura própria.
– Ao contrário do PTB, que tem unidade em torno de Lara, temos quatro pré-candidatos. Por que vamos nos engalfinhar numa disputa interna se depois não vamos ter candidato? – disse o presidente nacional do PDT, Vieira da Cunha.