Discreto e com fama de rigoroso, um economista gaúcho é o nome mais cotado para assumir a presidência do Banco Central (BC), caso a saída de Henrique Meirelles para disputar as eleições se confirme. Nascido em Porto Alegre há 46 anos, Alexandre Tombini é um dos principais nomes para assumir o posto.
Desde abril de 2006 xerife do sistema financeiro brasileiro como diretor de Normas e Organização do BC, Tombini controla as regras que regem atividades dos bancos, como os tipos de linhas de crédito que podem ser oferecidas. A atuação rendeu a reputação de executivo de pulso firme.
– Ele é extremamente técnico, sério e focado no trabalho – conta o presidente do Banrisul, Fernando Lemos.
Nos encontros com executivos de instituições financeiras, a marca de Tombini é a seriedade e a discrição. Sem espaço para brincadeiras ou qualquer comentário fora do assunto a ser tratado, o economista formado pela Universidade de Brasília (UnB) passa a imagem de homem fechado.
– É uma pessoa extremamente séria, daqueles profissionais bastante compenetrados no que fazem – acrescenta o presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças no Rio Grande do Sul seção Rio Grande do Sul (Iber/RS), Ricardo Russowsky.
Meirelles deve anunciar hoje se sai ou se fica
Casado e pai de um casal de filhos, Tombini tem zelado pela discrição nesse dias em que seu nome vem sendo citado com frequência como provável sucessor de Meirelles. Tanto que recomendou a familiares na capital gaúcha que não concedessem entrevistas durante o período de especulações em torno da troca de comando no BC.
A aversão aos holofotes também reflete a parcimônia com que toma decisões, de acordo com o ex-diretor de liquidação e desestatização do BC Carlos Eduardo de Freitas, que trabalhou com Tombini no início dos anos 1990 na Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda.
– Trata-se de um homem extremamente ponderado e equilibrado – lembra Freitas.
O atual presidente do Banco Central deve conversar com o presidente Lula provavelmente hoje, para anunciar se sai ou fica.
Nos meios políticos há rumores de que Meirelles concorra a uma vaga no Senado por Goiás, ao governo do Estado ou ainda à vice-presidência da República na chapa de Dilma Rousseff, do PT. Meirelles é filiado ao PMDB.
Funcionário de carreira do BC a partir de 1999, Tombini teve a carreira voltada para a academia e o setor público. Depois de concluir um Ph.D. em Economia na Universidade de Illinois, Urbana Champaign, nos Estados Unidos, em 1991, emendou iniciou trajetória com funções nos Ministério da Fazenda e Casa Civil. Além disso, atuou nos EUA entre 2001 e 2005, no Escritório da Representação Brasileira no Fundo Monetário Internacional (FMI).