O dinheiro adquirido por uma quadrilha, com a venda de crack e cocaína, pode ter sido usado na compra do Hospital Geral de Portão, no Vale dos Sinos. De acordo com o Ministério Público, traficantes da região estariam investindo no município usando o que arrecadavam com a venda de drogas. O grupo já teria adquirido cinco residências e mais o hospital. O promotor Marcelo Tubino investiga a ação da quadrilha desde 2008.
O prédio do hospital foi a leilão por dívidas devido o não recolhimento da cota patronal da filantropia. As dívidas chegam a R$ 3 milhões, mesmo valor que a Fundação Hospital Educacional e Social de Portão entende que o imóvel vale. Só que em 2008, durante o leilão, o prédio foi adquirido por R$ 660 mil.
O leilão está sub-júdice porque a Fundação não concordou com o valor pago pelo imóvel. O comprador foi um aposentado de Caxias do Sul, morador de um casébre de uma vila. O fato levantou suspeita. Através de escutas telefônicas e quebra dos sigilos fiscal e financeiro o promotor encontrou ligação dos traficantes com um vereador do PDT. O parlamentar seria uma espécie de consultor dos bandidos e usava de seu prestígio no município para conseguir vantagens. como explica o promotor Tubino.
O vereador foi preso em flagrante por posse de arma, nesta manhã, durante a operação do Ministério Público e do Núcleo integrado de investigações criminais da Polícia Civil, após cumprimento de mandado de busca e apreensão. Na residência dele, os investigadores encontraram um revólver calibre 32, com numeração raspada.
Além da posse da arma, o parlamentar é suspeito de lavagem de dinheiro. Os vereadores de Portão buscam informações com a polícia para saber o que será feito pela Câmara.
Também foi preso o homem apontado como um dos líderes da quadrilha: Eli fidelis Correia, conhecido como Lica. Ele teve mandado de prisão preventiva decretada pela Justiça. O grupo agia no município pelo menos desde 2007. Além dos imóveis, a quadrilha teria adquirido 12 carros. Na casa dos suspeitos foram apreendidos documentos e cheques que comprovariam a atuação dos traficantes e do vereador.