24 agosto 2010

Familiares enviam mensagens de apoio aos mineiros chilenos

Parentes dos 33 sobreviventes presos no fundo de uma mina chilena enviaram mensagens para ajudá-los a passar o tempo. A cápsula da sonda enviada a 700 metros de profundidade trouxe no domingo palavras de esperança após 17 dias sem qualquer contato.
As famílias foram convidadas a escrever recados levados pela sonda aos prisioneiros da mina de San José para ajudá-los a passar os longos 3 ou 4 meses de duração das operações de resgate.
Psicólogos, que se dedicam há dias às famílias angustiadas, os aconselharam hoje a escrever essas mensagens, falando sobre coisas positivas a fim de ajudar os mineiros a resistirem. Segundo Antenor Berrios, que tem o filho Carlos, 29 anos, na mina, as mensagens contém relatos de todos os tipos, mas nada triste, só frases de encorajamento.
— Por exemplo, contei que apareci na imprensa internacional, que recebi ligações do mundo inteiro, que virei uma celebridade esta semana. Disse que está tudo bem, que estamos esperando por ele, todos felizes — complementa.
Romina, 20 anos, escreveu ao pai, Mário Gomes, que tem 63 anos e é o líder e veterano do grupo de mineiros. Foi ele quem, no último domingo, rabiscou as primeiras palavras de esperança.
— Oi papai, sou eu, Romina, estou muito contente por você estar bem. Foi um dos momentos mais felizes de minha vida. Ficamos muito emocionados quando o socorrista nos anunciou que todos estavam vivos. Fizeram até uma festa. Estamos todos com você e o amamos muito, estamos te esperando. Te amamos, papai — leu ela aos jornalistas antes de contar mais sobre o pai de três filhas e sobre sua mulher.
Além dos medicamentos e alimentos, em forma de soro glicosado que começaram a descer na última segunda-feira, as cartas são muito importantes para a mente desses homens, explicaram os socorristas. Mesmo que, segundo o ministro da Saúde Jaime Manalich, os mineiros demonstrem estar, por enquanto, com saúde, tanto física quanto mental, extraordinária, apesar das circunstâncias.