Passavam cerca de 10 minutos da meia noite de quarta-feira, 13 de outubro, quando Florencio Ávalos emergiu à superfície da mina San José, no Norte do Chile, dando fim a um drama de mais de dois meses na vida de 33 mineiros e suas famílias. Eles estavam presos a 622 metros sob o chão, depois de um acidente que os prendeu em 5 de agosto. O resgate deve ser totalmente concluído até quinta-feira.
Com boa aparência e usando óculos escuros para prevenir o impacto dos olhos com a claridade, Florencio, 31 anos, foi recebido com muita festa na superfície. Entre as primeiras pessoas que o cumprimentaram foram o presidente do Chile, Sebastián Piñera, e um de seus filhos pequenos, em um momento de muita emoção.
Logo após, ele foi levado a uma espécie de hospital de campanha montado no acampamento, que prestou os primeiros socorros antes que ele fosse levado, de helicóptero, até um hospital para receber atendimento.
O mineiro vestiu uma roupa especial para evitar o choque térmico – a diferença de temperatura da mina e a superfície, no Deserto do Atacama, supera os 20 graus. Ele também usou óculos escuros, afinal, não via claridade havia mais de dois meses.
A operação de resgate começou às 23h20min, quando o médico socorrista começou a descer até o local onde os trabalhadores estão, através da cápsula de resgate. Cerca de 17 minutos depois, ele chegou, sendo recebido lá embaixo com muita festa pelos 33 mineiros.
Operação continua pela madrugada
À 1h10min de quarta, chegou à superficie o segundo mineiro. Mário Sepúlveda, que completou 39 anos no último dia 4 de outubro dentro da mina, também foi conduzido com sucesso. Diferentemente do primeiro mineiro, que demonstrou tranquilidade, Sepúlveda comemorou muito. Depois de ser cumprimentado pela esposa Cecilia e pelo presidente, Mario correu em direção aos trabalhadores da equipe de resgate e vibrou.
Sem a mesma vibração dos dois primeiros, o terceiro mineiro a ser resgatado foi Juan Illanes às 02h08min. O ex-militar, de 52 anos, que estava cansado de trabalhar na mina, já havia decidido deixar o cargo e tornar-se taxista. Sua exposa Carmem foi a primeira pessoa a lhe dar um grande abraço, seguida do presidente. Antes de ser levado para o hospital de campanha, Juan cumprimentou engenheros e as autoridades.
Cada resgate é motivo de festa. Trabalhadores gritam o coro "Chi, Chi, Chi, le, le, le, mineros de Chile!" e ba
O quarto mineiro a ser resgatado foi Carlos Mamani, às 3h09min. Ele é boliviano e é o único estrangeiro que trabalhava na mina. Mamani foi recebido pela esposa e pelo presidente do Chile, Sebastián Piñera. Existia a expectativa de que o chefe de estado da Bolívia, Evo Morales, acompanhasse o momento da chegada do mineiro, mas isso acabou não ocorrendo. Mamani trabalhou apenas cinco dias antes do acidente ocorrido no Norte do Chile.
O mineiro mais jovem da mina San José, Jimmy Sánchez alcançou a superfície às 4h11min. Ele foi recebido pelo pai, que vestia uma camiseta da equipe Universidade de Chile. Em seguida, o jovem de 19 anos, quinto trabalhado a ser resgatado, foi encaminhado para o hospital de campanha. Sánchez era responsável por controlar a umidade e a temperatura da mina.