10 novembro 2010

Após pressão de lideranças, governo anuncia primeiros leilões de PEP de arroz e trigo

Momento da reunião
Representantes das cadeias produtivas do trigo e arroz reuniram-se nesta quarta-feira (10), com o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, técnicos da Pasta e diretores da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab - para definir os detalhes de operacionalização dos mecanismos de apoio a comercialização dos grãos.
Após ampla discussão do tema, Rossi anunciou que serão realizados dois leilões de Prêmio de Escoamento de Produção (PEP) para o arroz. O primeiro pregão, com oferta de 125 mil toneladas (110 mil o Rio Grande do Sul e 15 mil para Santa Catarina) acontecerá dia 23 de novembro e o segundo ficou agendado para dia 7 de dezembro. Ao todo, o governo autorizou a Conab a comercializar 500 mil toneladas do produto. 
Participante do encontro, o deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS) explica que a medida é fundamental para garantir que os orizicultores recebam, pelo menos, o preço mínimo. “O valor de comercialização do arroz está defasado e o mercado não reage. Com isso, os produtores estão operando com prejuízos há 40 dias. Só a intervenção governamental pode mudar esta realidade”, enfatiza.  
TRIGO - Para a cadeia tritícola, Rossi expôs que podem ser comercializados 1,6 milhão de toneladas do cereal via PEP. No primeiro leilão, marcado para dia 25 de novembro serão negociadas 300 mil toneladas (100 mil do Paraná; 150 mil do Rio Grande do Sul, 20 mil de Santa Catarina e 30 mil de outros estados). O ministro estima que o prêmio pago ao produtor possa chegar a R$ 98. 
Esperançoso com a medida, Heinze relata que a situação entre os triticultores gaúchos é caótica. “O preço está tão ruim que tem gente vendendo trigo para alimentar suínos. Os produtores não agüentam mais concorrência desleal com o trigo importado e a falta de estímulo e apoio do governo”, destaca.