05 janeiro 2011

Burocracia atrasa construção de barragem e prolonga drama da estiagem na Campanha

Barragem da Sanga Rasa, em Bagé, está com
menos da metade da capacidade de água
Nos períodos de chuva escassa, como agora, os 115 mil habitantes de Bagé ficam impotentes diante das torneiras secas. Um problema intermitente há mais de 20 anos na região. Em 2007, ao final da última grande estiagem, um alívio parecia estar próximo. Foi apresentado um projeto para a construção de uma quarta represa na região, batizada de Arvorezinha. Desde então, trâmites e mais trâmites são acrescidos à já conhecida burocracia.
Passaram-se três anos até que, no final de 2010, fosse concedida a licença ambiental para execução da obra, que deve acrescer 18 milhões de metros cúbicos de água.
O prefeito à época, Luiz Fernando Mainardi, hoje secretário estadual da Agricultura, culpa a Fepam pelo tempo de espera para iniciar os trabalhos:
— Não precisaríamos estar sofrendo com a falta d’água se não fosse a irresponsabilidade. É por falta de gente? Não sei. É preciso explicação. Não pode é esperar três anos. Toda essa demora para a obra se deve à Fepam.
Rafael Volquind, engenheiro e chefe da Divisão de Saneamento Ambiental do órgão, disse que a demora se deve a uma trapalhada que teve início na concepção do projeto.
— Chegou para nós (em março de 2008) um estudo capenga. Se tivesse havido um conjunto de reuniões preliminares para que nós definíssemos as diretrizes para a elaboração, mas não. Fizeram isso ao bel prazer — afirmou.
A previsão do atual prefeito, Dudu Colombo (PT), é de que a construção seja iniciada até março de 2011. A partir daí, o povo deve contar 18 meses para que seja concluída.